Veta, Melo: Em frente à Prefeitura, bancários e bancárias protestam contra PL que retira portas giratórias

Aprovado a toque de caixa na Câmara de Vereadores, projeto desobriga os bancos a manter portas de segurança em todos os acessos de público às agências; mudança ainda depende da sanção do prefeito Sebastião Melo

Com pedidos de ‘Veta, Melo’, trabalhadores(as) bancários(as) e vigilantes de segurança protestaram em frente à Prefeitura de Porto Alegre, nesta quarta-feira (21), contra o Projeto de Lei 244/2022, aprovado no último dia 14 pela Câmara de Vereadores. O projeto de autoria do vereador Ramiro Rosário (PSDB) foi aprovado pela base aliada do prefeito Sebastião Melo e desobriga os bancos a manter portas de segurança individualizada em todos os acessos de público às agências.

Com grande impacto na segurança dos trabalhadores bancários e dos clientes, a mudança na lei foi aprovada sem debate com a categoria bancária ou com a população em geral. No ato, representantes do SindBancários, da Fetrafi-RS, da CUT-RS e do Sindicato dos Vigilantes denunciaram a medida e cobraram o veto do prefeito.

O movimento sindical avalia que o projeto está a serviço do interesse econômico dos bancos. “Reduzir custos colocando em risco a vida das pessoas é um absurdo”, criticou o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner. Na análise da diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, o projeto é nefasto: “É um retrocesso, aprovado no apagar das luzes. Não se tem qualquer explicação plausível para esse projeto, que pode custar o bem maior que é a vida da população. Portanto, o prefeito tem a obrigação de vetar esse PL”.

Para a diretora do Sindicato dos Vigilantes, Elisa Mello de Araújo, é inadmissível a aprovação do PL sem qualquer diálogo prévio. “Em um município onde a criminalidade é grande e onde a gente deveria aumentar a segurança, eles querem diminuir. Estamos preocupados com as vidas; de clientes, de bancários, de vigilantes, que estão na porta do banco fazendo seu papel de proteger as pessoas. Os únicos que vão lucrar com isso são os banqueiros”, denunciou Elisa.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, o grande problema é a ganância dos banqueiros. “É sobre isso a discussão das portas giratórias, redução de custo. Mas eles se cercam de argumentos esdrúxulos para tentar convencer a sociedade de que reduzir a segurança faz algum sentido. Alegam que não tem mais dinheiro nas agências bancárias: é mentira, porque além de ainda ter dinheiro físico na maioria, o dinheiro digital está ali dentro, o acesso ao sistema dos bancos também, o cliente com celular, o funcionário com celular que pode ser usado para movimentar dinheiro, também está ali. Argumentam que não tem mais assalto à mão armada nas agências: não tem mais assalto justamente porque têm a porta giratória para inibir”, explicou Luciano.

As justificativas usadas pelos banqueiros também foram comentadas pelo vice-presidente da CUT-RS e ex-presidente do Sindicato, Everton Gimenis, que destacou que os bancos agora têm transformado as agências em unidades de negócios ou lojas de atendimento e assim retirado as medidas de segurança. “Mas o ladrão vai chegar e achar que não tem dinheiro, que não dá para fazer operações? Tirar vigilante ou portas de segurança é um crime contra a vida, não só da categoria bancária, mas dos vigilantes, clientes e usuários do sistema financeiro”, pontuou.

O dirigente destacou ainda que o PL foi antidemocrático, sem que houvesse antes nenhuma discussão com a sociedade. “Qual o interesse da base de vereadores de Melo aprovar uma lei sem discutir com a sociedade, uma lei encomendada pelos bancos? Nós queríamos debater com os vereadores, mostrar para a população que essa lei é um crime, até porque no artigo 7º da Constituição, diz que tanto o Estado quanto os empregadores têm que garantir segurança dos trabalhadores no local de trabalho”, completou Gimenis.

Movimento sindical entrega ofício a Melo

Ainda na quarta-feira (21), após o ato, dirigentes do SindBancários e da CUT-RS protocolaram ofício na Prefeitura pedindo reunião com o prefeito Sebastião Melo. Os sindicalistas denunciam a tramitação e aprovação do PL 244 na Câmara de Vereadores e pedem que Melo escute a categoria bancária, que não foi consultada em nenhum momento, antes de sancionar ou vetar o projeto.

Entregaram o ofício o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, o secretário-executivo do Sindicato, Luiz Cassemiro, e o vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis.

Imprensa SindBancários

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