O acordo da venda do HSBC ao Bradesco ainda está sendo analisado pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas o acesso às informações estava restrito até mesmo ao Sindicato dos bancários de Curitiba e região. Somente na última semana de novembro, o Cade aceitou o Sindicato como terceiro interessado no processo, permitindo acesso às informações.
“Não vemos motivos para aprovação desse processo de forma tão rápida, principalmente por se tratar de duas empresas que estão sendo investigadas em CPIs, Swissleaks e Zelotes (operação da Polícia Federal). Garantir que os trabalhadores tenham voz no processo é uma postura de grande responsabilidade do Cade, que deve tomar uma decisão que vai influenciar na vida de mais de 100 mil trabalhadores”, defende Elias Jordão, presidente do Sindicato.
“Os clientes também aguardam um compromisso concreto e, como o descaso é grande, estão buscando outras instituições e encerrando suas contas no HSBC. Acreditamos que, independente de aprovação ou não, apresentar os planos que atendam às demandas sociais é imprescindível. Os bancários, clientes e a sociedade têm o direito de saber dos acordos que correm em sigilo”, finaliza Elias Jordão.
O diretor do SindBancários e da Fetrafi-RS e integrante do COE/HSBC, José Orlando Ribeiro, participou da reunião e vem acompanhando os desdobramentos da ação dos Sindicatos e da Contraf-CUT, que fazem a defesa dos empregos dos colegas do HSBC. “Essa decisão do Cade, de incluir os representantes dos trabalhadores como partes interessadas no processo de venda do HSBC para o Bradesco é resultado da luta que temos travado em defesa dos colegas. Estivemos em Brasília, em reunião no Banco Central, conversamos com ministros e temos dialogado com a base. Demos mais um passo à frente e agora podemos acompanhar mais de perto cada novo movimento”, avaliou José Orlando.
Fonte: SEEB Curitiba, com edição de Imprensa SindBancários