Um deputado da base do governo Sartori apresenta duas emendas parlamentares que colocam o Banrisul no plebiscito para venda ou federalização no ano que vem. Uma subsidiária do Bradesco envia uma alta executiva internacional para fazer lobby entre deputados estaduais governistas 15 dias depois. Uma reestruturação se acelera com menos contratações, com substituição de bancários por estagiários e fechamento de agências. O Banrisul definitivamente está na mira e o risco de venda cresce a cada dia.
O Banrisul, repete o discurso do governo do Estado, precisa ser vendido para que o governo Sarotri possa ingressar no Regime de Recuperação Fiscal e acabar com a crise. Isso não é verdade. Para ficar sem pagar a dívida por três anos, calculada em R$ 50 bilhões com a União, o Estado assume uma dívida ainda maior. Nesses três anos que fica sem pagar a União, o estoque de dívida sobe a R$ 80 bilhões. Nós é que vamos pagar a conta no futuro.
Há saídas para a crise fiscal histórica. Uma delas é cobrar repasses que a União há anos deixa de fazer de créditos da Lei Kandir. A União deve cerca de R$ 45 bilhões aos gaúchos. Um simples encontro de contas reduziria a dívida em 10 vezes, até R$ 5 bilhões. Combater a sonegação fiscal, reavaliar os incentivos fiscais também são alternativas.
Banrisulenses, chegamos a nossa Campanha Nacional 2017. Ficou mais do que provado que fechar a Convenção Coletiva de 2016 com garantia de aumento real de 1% este ano foi acertada. Mas a nossa luta não se esgota aí. Precisamos muito lutar por emprego decente e por garantias de que os banqueiros não irão aplicar o que os senadores aprovaram como Reforma Trabalhista e terceirização. Se for preciso, vamos à greve para garantir nossas conquistas, como PLR, férias, 13º salário, piso.
Os Banrisulenses precisam também lutar pela implantação do Plano de Carreira.
Por isso, é importante fazer de sua agência, de seu posto de trabalho, de seus familiares, aliados na luta em defesa do Banrisul público. O fechamento de agências, a ausência de contratações não passam de estratégia de precarização para vender o nosso banco. Assim, atacam a imagem do banco para criar um clima de insatisfação com os serviços prestados e uma visão de que só o que é privado funciona.
Por tudo isso, Banrisulenses, no sábado, 22/7, na sede da Fetrafi-RS, a participação de todos é fundamental. Será o dia do nosso 25º Encontro Nacional de Banrisulneses. Vamos pensar juntos em estratégias para defender nossas conquistas históricas, para defender o Banrisul público, forte e lucrativo. Vamos à luta!
25º Encontro Nacional dos(as) Banrisulenses
Sábado, 22/7 | 9h | Sede da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820, Centro Histórico de Porto Alegre)
O Banrisul está na mira. A nossa joia da coroa corre o risco de escapar das nossas mãos no plebiscito do ano que vem. Por isso, o 25º Encontro Nacional de Banrisulenses é um fórum de debates decisivo para organizar a nossa Campanha Nacional 2017 e enfrentar um contexto político de ataque aos direitos dos trabalhadores. A defesa do Banrisul público está entre as prioridades, assim como a nossa luta por um Plano de Carreira, condições de trabalho e emprego decente.
O evento ocorre no sábado, 22 de julho, sábado.. As inscrições para o evento estão disponíveis pelo Sistema Online da Federação e pelo e-mail [email protected]. A programação do Encontro Nacional inicia às 9h com a mesa de abertura, seguida de um painel sobre conjuntura. A presença do deputado estadual Zé Nunes (PT), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul também está confirmada. Já o Dieese/RS fará um painel sobre os números do Banrisul e economia em geral. O evento ainda terá a discussão da pauta específica dos banrisulenses e a eleição do Comando Nacional dos Banrisulenses e Comissões de Saúde e Segurança.
Enquete
Para subsidiar os debates do Encontro Nacional, a subseção do Dieese/RS elaborou uma enquete específica sobre temas relacionados aos banrisulenses. O questionário, composto por questões de múltipla escolha, está disponível no site da Federação e SindBancários (você pode acessá-lo nesta página). A consulta é aberta a todos os/as banrisulenses e aborda assuntos relacionados a condições de trabalho, percepções sobre mudanças na atividade bancária e saúde do trabalhador.
Vamos organizar a nossa luta. Fortalecer a nossa unidade e participar. Nosso objetivo é organizar os debates do Encontro Nacional a partir da realidade dos banrisulenses. A hora de resistir é agora. Vamos defender o Banrisul público, lutar contra a Reforma Trabalhista e contra a terceirização, por mais contratações. O Banrisul é de todas as gaúchas e gaúchos.
Confira a programação 25º Encontro Estadual dos Banrisulenses
9h – Abertura
9h30 – Painel sobre Conjuntura
10h30 – Painel com o deputado estadual Zé Nunes (PT), coord. da Frente Parlamentar em defesa do Banrisul
11h30 – Painel do Dieese/RS
12h – Aprovação do Regimento Interno
14h – Discussão sobre a Pauta Específica dos Banrisulenses
16h – Eleição do Comando e Comissões Saúde e Segurança
Vamos construir nossa pauta de reivindicações
Onde estiver, você, banrisulense, pode ajudar a construir nossas reivindicações específicas. Participe da nossa enquete on line e responda ao questionário. É fácil responder e fácil enviar. Depois, vá ao 25º Encontro Nacional de Banrisulenses e defenda a sua sugestão.
<qr_code_consulta_banrisul>Baixe leitor de qr-code em seu celular ou digite o endereço bit.ly/2v0mTb9 em seu navegador de preferência e ajude a construir nossoas reivindicações
Lobby do Bradesco
A executiva Josefine Backe, do Bradesco BBI – braço internacional do Bradesco voltado a aquisições, fusões e negócios – percorreu gabinetes de deputados estaduais governistas na Assembleia Legislativa em 5 de julho passado depois de enviar email, solicitando encontros “para comentar sobre os projetos de 2017, principalmente sobre o Banrisul e os possíveis novos acontecimentos”. Não por acaso, o deputado estadual Marcel van Hattem (PP) apresentou duas emendas que colocam o Banrisul junto com outras empresas públicas no plebiscito da privatização pouco mais de 15 dias antes. O lobby do Bradesco é forte, porque o Banrisul é um banco lucrativo. Vamos defender a nossa joia da coroa.
Os interesses dos banqueiros
Não é a primeira vez que banqueiros demonstram interesse no Banrisul. Em outubro de 2015, o governador José Ivo Sartori chegou a receber, em audiência, no Palácio Piratini, acompanhado de funcionários do primeiro escalão do governo e do presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Motta, o presidente internacional do Banco Santander. Na ocasião, o governo Sartori pensava em fatiar o banco, entregando a Banrisul Administradora de Cartões e a Banrisul Seguradora ou derrubar a obrigatoriedade do plebiscito do artigo 22 da Constituição Estadual. Como, no mês passado, ele não teve votos para alterar a Constituição, agora aposta todas as suas fichas no plebiscito.
A história das emendas do plebiscito
As emendas do deputado Marcel van Hattem (PP) foram protocoladas em 13 de junho passado na Assembleia Legislativa. Apenas 17 dias depois, a executiva do Bradesco BBI enviou emails para deputados da Assembleia Legislativa. O Bradesco BBI, como diz em sua página na internet (www.bradescobbi.com.br) é um “Banco de Investimento da Organização Bradesco, é responsável pela originação, estruturação, execução e distribuição de operações nos segmentos de renda variável, renda fixa, operações estruturadas, fusões, aquisições e financiamento de projetos”.
Alternativas para enfrentar a crise
O governador quer arrastar o Estado para o terrível Regime de Recuperação Fiscal em que a contrapartida do Estado é vender empresas públicas para ficar três anos sem pagar a dívida pública. Mas há alternativas para enfrentar a crise fiscal histórica. Uma delas é buscar um encontro de contas entre o que o Estado deve para a União e o que tem de receber de créditos da Leia Kandir, cerca de R$ 45 bilhões. A dívida poderia cair 10 vezes, recuando para R$ 5 bilhões.
Uma reestruturação que precariza
Façamos as contas. Desde que abriu um PDV que chamou de PAI, o Banrisul tem incentivado a demissão de colegas de várias áreas. No ano passado, foram cerca de 400 colegas. Este ano, pode chegar a m1 mil com uma famigerada reestruturação que se anuncia. E o que o Banrisul fez? Abriu concurso e chamou 1 mil estagiários. A reestruturação é um a chaga, pois significa menos contratrações, substituição de bancários por estagiários e fechamento de agências. Essa estratégia de enxugar os postos de trabalho já cria um vazio em várias áreas do Banriusl. Projetos importantes correm o risco de ficarem trancados. Mas o pior, quando se perde muitos colegas competentes, é o futuro do banco. Uma geração inteira pode ir embora sem que o banco aproveite sua competência e formação. Perder inteligência precariza o banco.
Ameaça iminente
O governador do Estado tem se empenhado junto ao parlamento gaúcho em busca do quórum necessário para a aprovação do Projeto de Lei 259/16, que possibilita a alteração do artigo 22 da Constituição Estadual, permitindo a privatização ou federalização de empresas como a Sulgás, a CRM e a CEEE. No caso específico do Banrisul, considerado a empresa mais valiosa do RS, a ameaça de privatização gerou um grande movimento de resistência, que sob a vanguarda do movimento sindical bancário procura envolver o conjunto da sociedade gaúcha da defesa do banco público.
Audiências públicas ampliam movimento
A luta em defesa do Banrisul público continua em ritmo acelerado. Desde abril deste ano a Fetrafi-RS e sindicatos garantiram a aprovação de moções contra a privatização do Banco em diversos municípios. Além disso, o Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS sediou o ato de instalação da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, no dia 22 de março. Agora a mobilização é ampliada no âmbito parlamentar, através da promoção de audiências públicas nas Câmaras de Vereadores de todo o Estado.
O coordenador da Frente, deputado estadual Zé Nunes (PT), reafirma que o Estado não tem necessidade de vender o Banrisul a fim de obter recursos para garantir o pagamento dos salários do funcionalismo, ou ceder às condições da negociação da dívida do RS com a União. “O que explica esta decisão é o alinhamento dos governos estadual e federal ao projeto neoliberal, ao modelo de redução das funções do Estado e de venda de patrimônio público”, afirma, acrescentando que a Frente Parlamentar surgiu com um percurso de resistência de médio e longo prazo diante das tentativas do Governo de mudar o caráter público do banco.
Veja os municípios que já aprovaram moções em Defesa do Banrisul: Alegrete, Alto Feliz, Aratiba, Bagé, Barracão, Bento Gonçalves, Bom Princípio, Bossoroca, Cachoeira do Sul, Cacique Doble, Camaquã, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Erval Grande, Estação, Feliz, Fortaleza dos Valos, Getúlio Vargas, Igrejinha, Jacutinga, Manpituba, Maximiliano de Almeida, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Parobé, Pelotas, Pinto Bandeira, Porto Alegre, Rio Pardo, Rolante, Rosário do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santiago, Santo Ângelo, São Borja, São Francisco de Assis, São Francisco de Paula, São Gabriel, São João da Urtiga, São José do Ouro, São Luiz Gonzaga, Severiano de Almeida, Sobradinho, Soledade, Taquara, Unistalda, Vacaria.
Saiba como defender o Banrisul
536
É o número de agências do Banrisul em todo o Estado.
90
Anos de vida que o Banrisul completará em 12 de setembro de 2018. O banco foi fundado em 1928.
98,5%
É a abrangência da presença do Banrisul junto à população gaúcha.
98,9%
O Banrisul participa com presença onde é produzido o PIB do Estado.
829
Milhões de reais é quanto o Estado deixou de receber como dividendos de 2007 a 2016 desde a abertura de 43% do capital.
347
É o número de municípios gaúchos com presença do Banrisul. Em 87, o Banrisul é o único banco com agência.
13%
É quanto o taxa anual do cheque especial do Banrisul é menor do que a média de cinco dos principais bancos públicos e privados do país.
659,7
Milhões de reais foi o lucro líquido do Banriusl em 2017.
6
Bilhões de reais é o valor do patrimônio líquido do Banrisul.
87
Cidades gaúchas só tem uma agência de banco… Do Banrisul.