Aniversário da Caixa ocorre na data da posse da nova presidente da instituição, Maria Rita Serrano
A Caixa Econômica Federal completa 162 anos nesta quinta-feira, mesmo dia da posse de Maria Rita Serrano como presidenta da instituição. Para celebrar a data em conjunto com trabalhadores e clientes, o SindBancários promoveu um ato em frente ao Edifício Querência, no Centro de Porto Alegre. No local, houve distribuição de salchipão e bolo à população, e participações musicais de Rosa Franco.
Uma faixa com o slogan “uma nova Caixa para um novo Brasil” deu o tom dos discursos ocorridos no evento, onde dirigentes sindicais da categoria falaram sobre as lutas da Caixa nos últimos anos e as perspectivas futuras. Entre os desafios apontados pelos presentes para a próxima gestão estão a manutenção da instituição como um banco 100% público, voltado a programas sociais, com mais linhas de crédito, fomento da agricultura familiar, a fim de promover o desenvolvimento econômico e reduzir a desigualdade no país.
O vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, ex-presidente do SindBancários, fez uma análise do cenário político atual. Ele comentou sobre a mudança de cenário com o novo governo e salientou a necessidade de manter a vigilância e a luta pelas pautas da classe trabalhadora e dos bancários. “Precisamos organizar nossa base e estar nas ruas contra a reforma trabalhista, contrato individual, em defesa da aposentadoria e do patrimônio público, como a Petrobras e a Caixa”, afirmou.
O presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, destacou que, nos últimos quatro anos, o sindicato teve uma forte atuação em defesa dos 87 mil trabalhadores da Caixa. Em um período de falta de diálogo com a diretoria do banco, o presidente ressaltou a importância dos protestos realizados, no intuito de barrar o desmonte de programas sociais, assédio a empregados e mal atendimento a clientes. Para ele, a posse de Rita é o começo de um novo ciclo, com expectativa de abertura para o diálogo e realização de melhorias. “A nova gestão terá a missão de reestruturar e fortalecer a Caixa, além de humanizar as relações de trabalho, para que chegue aos 200 anos maior e mais forte do que já é”, projetou.
Conforme a diretora da Fetrafi-RS e do SindBancários, e funcionária da Caixa, Sabrina Muniz, o aniversário de 162 anos é um dia ainda mais especial pois marca o fim de “quatro anos de sufoco e desmantelamento”. “Hoje os colegas respiram aliviados e estão esperançosos de que seja o começo de uma nova era, onde iremos resgatar o orgulho dos funcionários. Pois nós somos agentes de transformação social, a Caixa muda a vida das pessoas”, disse. A dirigente citou iniciativas já sinalizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de retomada de programas de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), assistência a famílias de baixa renda (Bolsa Família) e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Também dirigente do SindBancários e funcionária da Caixa, Simoni Fernandes Medeiros falou sobre o orgulho de ser funcionária pública e em especial de trabalhar na Caixa. Para ela, é uma enorme satisfação poder ajudar as pessoas a conseguir realizar sonhos, como no caso da concessão de auxílios para aquisição de habitação. “A Caixa é nossa, é de todos e todas. É um orgulho do povo brasileiro. A Caixa é do povo e nossa batalha é para que siga assim”, ressaltou.
Para Guaracy Padilha Gonçalves, dirigente do SindBancários e funcionária da Caixa, no período que se inicia o desafio é reconstruir a democracia, e a instituição tem papel fundamental nessa tarefa. “A Caixa atua no fomento do desenvolvimento econômico e incremento de políticas sociais. Como falou o presidente Lula, é preciso incluir o pobre no orçamento”, destacou. Conforme ele, com a nova gestão da Caixa a expectativa é de mais diálogo, fim do assédio moral e sexual, melhores condições de trabalho, mais valorização de funcionários e diversidade.
Diretora do SindBancários e trabalhadora da Caixa, Caroline Heidner falou sobre o papel de destaque da instituição e dos empregados durante a pandemia, com atuação incessante no pagamento de auxílio emergencial, que foi vital para sobrevivência de um terço da população nesse nefasto período. “Quando o pobre é colocado no orçamento é aqui que isso se materializa na prática”, salientou. Ela comentou sobre a necessidade de lutar contra as devoluções de instrumentos híbridos, que podem afetar o papel social da Caixa, e buscar apoio do governo a fim de barrar a continuidade dessas devoluções, determinadas pelo TCU para seguirem ocorrendo até 2026. “A Caixa precisa ser capitalizada e não o contrário”, afirmou.
Tesoureiro do SindBancários e empregado da Caixa, Tiago Vasconcellos Pedroso, ressaltou a relevância da instituição para o país e a população, como uma ferramenta de promoção de igualdade social e desenvolvimento econômico. Ele comentou sobre a expectativa de construção de uma instituição mais humana, que atue em prol da geração de empregos e da construção de mais moradias populares. “Com a posse de Maria Rita esperamos que a Caixa tome um outro caminho, mais humano, com respeito aos trabalhadores e trabalhadoras, e contribua na construção de um Brasil mais próspero e igualitário”, projetou.
Também estiveram presentes no ato outros dirigentes do SindBancários, da Contraf-CUT e da Fenae.
Fotos: Caio Venâncio e Heuller Jaurez