No início da tarde desta terça-feira, 28/7, a CUT-RS comandou protesto de vários Sindicatos. Atendendo ao chamado da Central Única dos Trabalhadores, dirigentes do SindBancários foram para a frente da sede do Banco Central, em Porto Alegre, para deixar bem clara a posição contrária à atual política econômica do governo federal. Diversos trabalhadores e dirigentes sindicais de várias categorias repudiaram os ajustes promovidos pelo atual ministro da Economia, Joaquim Levy.
Os bancários conhecem o ministro Levy. Ele é um representante dos banqueiros no governo federal. Não por acaso a política que o governo Dilma Rousseff vem consolidando tem favorecido o superávit fiscal e beneficiado os bancos. Apenas no primeiro trimestre deste ano, os bancos registraram crescimento de lucros que chegaram, em alguns casos, superar os 100% em relação aos mesmos três primeiros meses do ano passado. O ato, fique muito claro, foi contra os ajustes realizado pelo governo Dilma, mas defendeu a democracia e disse não ao golpismo de alguns segmentos conservadores da sociedade.
“O governo federal tem trabalhado com medidas que retiram conquistas dos trabalhadores e favorecem os mais ricos. Aumentar a taxa de juros é um retrocesso, pois aumenta a rentabilidade de quem tem muito dinheiro em bolsa de valores e investe em ações. É o caso dos banqueiros. Temos defendido e debatido no SindBancários que é preciso tomar outras medidas. Baixar a taxa de juros, taxar as grandes fortunas e investir em produção garantem crescimento econômico. Nem seria necessário se preocupar com superávit primário e ajuste fiscal”, avalia o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
COPOM
A atividade ocorre na mesma data em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa Selic e a tendência é que ela sofra novo aumento, segundo Quintino Severo, secretário nacional de Administração e Finanças da CUT. O Brasil pratica as mais altas taxas de juros do mundo e para a CUT isso paralisa a economia, impede investimentos na produção e, consequentemente, tira empregos e direito dos trabalhadores.
Os sindicalistas reafirmaram a posição da Central e criticaram as constantes altas dos juros. “Temos que combater a inflação com desenvolvimento, com investimentos para gerar empregos. O problema é que o Banco Central tem influência nas decisões do governo e tem muitos banqueiros com lugares cativos no Copom”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Segundo ele, o atual modelo econômico é excludente e existem maneiras de enfrentar a crise e a inflação, sem penalizar a classe trabalhadora. “Precisamos de uma economia que incluía. Por que não taxar as grandes fortunas, acabar com a guerra fiscal? Além disso, a lista do HSBC e as empresas citadas na operação Zelotes precisam ser investigadas”, acredita Nespolo.
Para o servidor do judiciário, Marcelo Carlini, o modelo econômico adotado pelo governo é norteado pelo PMDB. “A Dilma não foi eleita para fazer essa política”, declarou ele. Já a bancária, Isis Marques, afirmou que os trabalhadores continuarão nas ruas lutando contra as medidas que prejudicam a classe trabalhadora. A sapateira, Angélica Nascimento, também repudiou as altas taxas de juros: “nos não vamos pagar essa conta”, afirmou.
Para protestar contra os rumos da economia no Brasil, foram realizados atos em diversos estados e em frente da sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, onde a CUT entregou um documento com propostas para enfrentar a crise.
Crédito foto: Josias Bervanger
Por: Renata Machado (CUT-RS), com edição da Imprensa SindBancários