Senador Lasier recebe SindBancários e centrais sindicais e garante que é contra a reforma trabalhista

“Entendo que impor o negociado sobre o legislado e flexibilizar as relações de trabalho vão prejudicar o trabalhador. Vou votar contra estas ameaças às CLT que correm no Senado”, garantiu o senador Lasier Martins (PDT), na manhã desta segunda-feira, 22/08. O senador fez as afirmações aos representantes de todas as centrais sindicais, além do presidente do SindBancários, Everton Gimenis, que foram recebidos em seu escritório no Centro de Porto Alegre. Lasier respondeu aos questionamentos dos sindicalistas sobre a pretendida reforma trabalhista e previdenciária.

“A Fenaban, a Fiesp, a Fiergs e o grande empresariado acham que vão conseguir impor medidas de precarização aos trabalhadores”, disse Gimenis. “Mas qual o papel ou responsabilidade social que os bancos brasileiros têm?”, questionou o presidente do Sindicato.

Lazier garantiu: “Quero tranquilizar vocês que não vou ferir os princípios trabalhistas, pois meu pai era operário comum, seguidor do Getúlio Vargas, e eu sei o que é o drama do trabalhador”, afirmou. “Sei que os bancos estão cada vez mais reduzindo o número de funcionários e aumentando a automatização – eles fazem um capitalismo selvagem”, acrescentou o político.

Favorável à terceirização

Mas abriu uma exceção em sua defesa dos trabalhadores: “A respeito da terceirização, especialmente na área de informática, sou a favor”, reconheceu o ex-radialista. Na opinião dele, a terceirização da mão de obra é necessária em alguns setores, “pois ainda falta muita qualificação profissional”, entende o senador.

Sobre a sugestão dos sindicalistas para conversar com a outra senadora gaúcha, Ana Amélia, sua ex-colega de RBS, Lasier negou: “Ela tem posição contrária a minha na questão dos direitos trabalhistas. Ana Amélia é do PP e tem outra postura, não vou conseguir convencê-la a não apoiar estes projetos que mexem na CLT”, disse.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que a argumentação dos setores conservadores de que a CLT é muito antiga e precisa ser reformada, não faz sentido. “A CLT já sofreu muitas modificações e adaptações ao longo dos anos”, frisou. “E a afirmação de que o aumento do desemprego tem a ver com o que seriam exageros da CLT não corresponde à verdade”, reforçou Claudir. “Afinal, ainda em 2015 tínhamos pleno emprego com a CLT funcionando normalmente. O alto empresariado está usando a desculpa para crise para tirar direitos de quem trabalha”, destacou. Segundo ele, os sindicatos – especialmente os que têm categorias menores e com menos possibilidade de articulação – irão ficar à mercê do capital.

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Votação em plenário

Sobre os projetos anti-trabalhadores que correm no Congresso Nacional, Lasier Martins acredita que neste ano eles não irão a plenário. “Acredito que a CLT não deve ser votada neste ano, mesmo com o empresariado fazendo muita pressão”, disse. “Temos o processo de impeachment de Dilma Rousseff, além de que 31 senadores, como Romero Jucá e José Sarney, e 138 deputados federais estão implicados na Lava Jato ou são suspeitos em outras investigações”, enumerou. “Isso tudo não facilita a tramitação e votação destes projetos polêmicos”, avaliou.

Mobilização deve continuar

Ainda assim, na avaliação dos dirigentes sindicais, é preciso manter toda a mobilização para evitar graves retrocessos trabalhistas no país, incluindo a reforma da Previdência Social – que por ação autoritária do presidente interino Michel Temer já perdeu o status de Ministério e hoje é apenas um apêndice do Ministério da Fazenda. O senador do PDT também afirmou apoiar a fórmula “85/95 anos” para a aposentadoria, cujo projeto de lei foi sancionado pela presidenta Dilma em 2015. Os números 85 e 95 representam a soma da idade da pessoa e do seu tempo de contribuição para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sendo 85 para as mulheres e 95 para homens.

Uma solução que terminou por ser aceita por quase todos os setores, mas hoje corre o risco de ser revertida no Congresso Nacional, com prejuízo aos trabalhadores.

Também presente ao encontro com Lasier Martins, o diretor do SindBancários e da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, explicou a posição sindical sobre a previdência complementar: “Também somos favoráveis à previdência complementar, mas as mudanças propostas na administração dos fundos de pensão trazem alto risco aos trabalhadores, e estão em regime de urgência no Senado. Não vamos deixar de pressionar”, concluiu.

Senador Paim

Já Everton Gimenis lembrou a preocupação do outro senador gaúcho, Paulo Paim (PT), que já se manifestou sobre os riscos e o que pode significar a retirada de direitos pelo Congresso Nacional. No entender de Paim, há saída positiva para o país sem mexer nos direitos da população. Em várias manifestações e em seu site, ele pondera que a retirada de 13º salário, férias, hora extra, fundo de garantia, licença-maternidade e licença-paternidade e direitos das prestadoras de serviços domésticos não resolvem os problemas do Brasil. “Por que não tributam as grandes fortunas? Por que não cobram a dívida ativa que a União tem a receber, que é de R$ 1,5 tri?”, questionou o senador petista.

Ao final da reunião com as lideranças sindicais, Lasier Martins se colocou novamente à disposição dos sindicalistas para discutir “ponto por ponto” as ameaças que os trabalhadores enfrentam hoje, num quadro de instabilidade política e de avanço dos setores conservadores.

Ana Amélia isolada

Com a posição declarada de dois dos três senadores gaúchos- Paulo Paim e Lasier Martins – contra o corte dos direitos trabalhistas no Congresso Nacional, apenas a senadora Ana Amélia, do PP, fica isolada em posição contrária aos trabalhadores. “É hora de conversarmos com a senadora Ana Amélia e levar nossos argumentos para que ela possa repensar sua posição”, diz o presidente do SindBancários. “Todos os trabalhadores e trabalhadores precisam pressionar a Ana Amélia, pois os estragos na vida e na carreira de milhões e milhões de trabalhadores serão enormes, se este golpe das elites empresariais passar no Congresso”, concluiu Gimenis.

Enviar sua mensagem, com protesto ou argumentos contra as alterações na CLT para os seguintes endereços eletrônicos da senadora Ana Amélia:

http://www.senadoraanaamelia.com.br/paginas/faleconosco

ou  pelo e-mail [email protected]

 

 

 

 

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