O neofascismo da extrema direita brasileira escancara todo o tipo de discriminação na nossa sociedade. Isso é fato. São frequentes os preconceitos e os atos racistas no Rio Grande do Sul.
Entretanto, poucos casos são devidamente investigados e os responsáveis punidos. Na grande maioria das vezes, as vítimas sofrem em silêncio por não estarem empoderadas o suficiente para uma reação. Dessa forma, o racismo estrutural vai se perpetuando ao longo do tempo.
Os ataques racistas contra o cantor negro Seu Jorge no final do show do clube Grêmio Náutico União, realizado no último dia 14, em Porto Alegre, servem para expor a dura realidade do povo negro. Existe uma tentativa de apagar a participação da raça de pele preta na formação econômica, social, cultural e religiosa do Estado. A afirmação da superioridade branca é algo presente no DNA do gaúcho e que não pode ser aceita, muito menos tolerada.
A luta contra o racismo é permanente, sobretudo nas relações de trabalho. É inadmissível que mulheres, especialmente as pretas, ganhem menos que os homens quando exercem a mesma função. A equidade salarial precisa virar realidade.
O povo negro está de olho nas investigações em andamento acerca do racismo sofrido por Seu Jorge. Que os racistas sejam devidamente identificados e penalizados na forma da lei! Só lograremos uma sociedade verdadeiramente livre, justa e democrática, quando nos livrarmos das mazelas do passado escravocrata, agravado pelo clima de ódio, intolerância e violência alimentado pelo fascismo.
Sejamos antirracistas e antifascistas para construirmos um tempo de respeito, justiça, igualdade e paz!
Isis Garcia é bancária e secretária de Combate ao Racismo da CUT-RS.
Foto: Carolina Lima / CUT-RS
Fonte: CUT-RS