Movimento sindical levou preocupação com supressão de portas giratórias e redução de segurança em unidades dos bancos
A preocupação com a segurança de funcionários e usuários de agências bancárias segue constante na atuação de dirigentes sindicais. Em nova reunião entre representantes do movimento sindical bancário e da Superintendência da Polícia Federal na sexta-feira (11), na sede da PF, na avenida Ipiranga, denúncias de descumprimento de plano de segurança envolvendo alteração em portas giratórias e redução de vigilantes foram levadas por representantes do SindBancários de Porto Alegre e Região e da Fetrafi-RS.
O caso da agência Chácara das Pedras do Banco do Brasil foi apresentado pela diretora da Fetrafi-RS, Priscila Aguirres. Segundo ela, havia duas portas, uma na entrada, conforme orienta portaria da PF, e uma segunda no acesso ao atendimento e aos caixas. “Foi feita uma reforma e desativaram a porta da frente, deixando livre o acesso à parte onde tem o autoatendimento, que é relativamente grande. A porta continua, mas sem segurança naquele ambiente”, explicou.
“Nossa questão é: isso não transgride o plano de segurança da agência? A gente entende que há um descumprimento no momento em que foi feita a modificação do plano”, alertou Priscila. A Polícia Federal explicou que a orientação é fazer a verificação no ambiente onde tem cofre, então não haveria descumprimento. Na análise dos sindicalistas, porém, até então não havia diferenciação – na portaria estabelecia a porta na entrada da agência.
Outra agência tradicional do BB, no Centro da Capital, também retirou caixas presenciais, desativou a porta giratória e, portanto, retirou vigilante, expondo os usuários e trabalhadores. Sobre as agências, assim como outras na mesma situação, o banco justifica a supressão da vigilância por entender que não existe movimentação financeira no local. Enquanto os bancos fazem discussão sobre o conceito de agência e de loja, a demanda dos representantes dos bancários passa pelo reconhecimento de que, embora haja mudança de nomenclatura, as agências continuam lidando com dinheiro. “Ainda que não tenha caixa ou numerário, pode ter movimentação via pix ou outros formatos digitais”, observam os dirigentes, que entregaram um ofício formalizando a denúncia.
O movimento sindical entende que ainda que esteja ocorrendo a adaptação aos bancos digitais e atendimentos virtuais, a demanda por atendimento físico segue e precisa ser atendida. Para o diretor Jurídico do Sindicato, Ronaldo Zeni, “até chegar a esse patamar de atendimento virtual ou por telefone, não pode ser a fórceps essa transição, sem negociação”.
O superintendente da Polícia Federal no RS, delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, e o chefe da Delesp/PF (Delegacia de Controle de Segurança Privada), delegado Marcelo Picarelli, acolheram as denúncias e afirmaram que a instituição fará a vigilância das agências citadas. Segundo Picarelli, o mínimo de exigência no plano de segurança é que a porta giratória esteja posicionada para filtrar o ingresso para os caixas e cofres, e que haja vigilante na porta para controlar o acesso. “Este vigilante, ou outro, precisa conseguir visualizar o terminal de autoatendimento, se houver. Porque se entram na unidade podem render o vigilante, tanto para roubar armas ou colete quanto para entrar na agência”, afirmou o delegado.
Os dirigentes argumentaram que, assim como o vigilante fica exposto, o funcionário do banco também. A preocupação com a integridade dos bancários e bancários é primordial para o movimento sindical, tanto que faz parte da Convenção Coletiva de Trabalho e dos acordos coletivos específicos com os bancos.
Caso recente em agência Caixa
A diretora do SindBancários Caroline Heidner apresentou outra situação, essa na Caixa em Porto Alegre. Segundo ela, uma das agências sofreu dois arrombamentos por uma porta lateral recentemente. “Fomos surpreendidos com os relatos de colegas. Enviamos correspondência para a Superintendência da Caixa, questionando se essa porta lateral constava no plano de segurança e se ele estava vigente. O que nos alerta é a possibilidade de ser um caso que se repita ou, pior, de ser a mesma pessoa que está mapeando e testando a segurança do local”, relatou a dirigente.
Caixa na sede da PF
A redução da agência da Caixa na sede da Polícia Federal também foi citada na reunião, quando os delegados compartilharam com os dirigentes sindicais a mudança no atendimento. “A própria instituição está sentindo falta e reivindicando a volta do caixa”, observou o diretor jurídico do SindBancários.
O assessor jurídico do Sindicato, João Rosito, também participou da reunião.
Imprensa SindBancários