SindBancários resiste à pressão jurídica do Santander na GREVE e denuncia seleção de clientes em agência de Porto Alegre
O Santander é um banco estrangeiro. Comprou os ativos do Banespa no final dos anos 1990 e montou um verdadeiro império no Brasil. Como se não fosse possível atuar como banco que remete lucros para fora do país, o banco espanhol repatria para o seu país de origem cerca de 19% do que lucra no Brasil. E mais: lucrou R$ 3,5 bilhões no primeiro semestre de 2016. Mesmo com todo esse dinheiro, demitiu 1.255 trabalhadores somente no último trimestre. Se tem um banco culpado pela GREVE dos bancários, que na quarta-feira, 21/9, chegou ao 16º dia, o Santander está entre os principais.
É uma baita grana. Pois na quarta-feira, 21/9, o Bancos Santander aprontou das suas. Desde a segunda-feira, ataca a GREVE dos bancários via justiça. Como se não bastasse tentar interromper o avanço da greve, a mais forte dos últimos anos, o banco praticou tudo que é condenável. Chamou a Brigada Militar, pressionou colegas para virem trabalhar, mas não atendia todos os clientes que procuravam suas agências.
O diretor do SindBancários e funcionário do Santander, Paulo Stekel, liderou resistência aos ataques do banco espanhol na agência Centenária, na esquina da Rua Uruguai com Sete de Setembro, no Centro de Porto Alegre. Pela manhã, orientou colegas sobre o fato de que todos os clientes deveriam ser atendidos. E que o Sindicato denunciaria ao Ministério Público do Estado caso houvesse seleção de clientes ou descumprimento da Lei municipal que determina que nenhum cliente permaneça mais de 15 minutos na fila dos bancos.
“Essa agência está aberta. O Sindicato está documentando o número de clientes que está sendo atendido. O que observamos é que na parte da manhã e até às 14h, nem todos os clientes eram atendidos. Estavam selecionando. E a seleção se dava pela conta bancária. Só era atendido nesta agência aqueles clientes que conhecemos como tubarões, os VIPs, que têm muito saldo na conta corrente”, denunciou Stekel.
De fato, o SindBancários flagrou, na manhã desta quarta-feira, casos em que os clientes ingressavam na agência e logo saíam. Não havia atendimento no interior da agência, uma vez que os caixas estavam fechados e os poucos funcionários em seu interior não conseguiam dar conta das filas. Por volta do meio-dia, conversamos com uma cliente que se disse pensionista e que precisava sacar o valor de sua pensão, uma vez que não conseguiu fazê-lo até o dia 5 do mês por ter ido viajar.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, disse, durante a assembleia, que a reação jurídica dos bancos à GREVE é um sinal de que o movimento está forte e está atrapalhando os bancos. “Temos que entender essa reação a partir da ausência de proposta decente. Os banqueiros da Fenaban oferecem um reajuste muito abaixo da inflação. Os bancários estão indignados com essa propostas, a greve está forte. Precisamos resistir a esses ataques e fortalecer o movimento para que possamos conquistar um reajuste decente”, avaliou Gimenis.
Agenda de mobilização da GREVE
Quinta-feira, 22/9
4h: Saída dos Piquetes Móveis para participação no Dia Nacional de Lutas, Protestos e Paralisações da Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).
8h: Saída de Piquetes Móveis para convencimento de colegas a participarem da GREVE.
Sexta-feira, 23/9
8h30: Panfleteação de carta aberta à população com a participação dos Bankemon e piquetes móveis.
Meio-dia: Almoço Coletivo dos Bancários na Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).
Segunda-feira, 26/9
8h30: Saída dos Piquetes Móveis de fortalecimento da GREVE da Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).
11h: Ato de Repúdio à OAB-RS.
14h: Assembleia de Organização da GREVE na Casa dos Bancários (General Câmara, 424, Centro Histórico de Porto Alegre).
Fonte: Imprensa SindBancários