A proposta de reforma da Previdência que deve ser entregue ao Congresso Nacional em fevereiro e que, além de alterar as regras de idade mínima para a aposentadoria também poderá incluir a substituição do regime atual por um modelo de capitalização, tem como referência o sistema utilizado no Chile, na qual cada trabalhador fará a sua própria poupança, de forma individual. De acordo com Andras Uthoff, economista e ex-conselheiro regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), se a tal reforma for aprovada o trabalhador simplesmente ficará sem proteção previdenciário contra três riscos fundamentais: o demográfico, risco financeiro e o desemprego.
“Todos estes riscos, no sistema capitalista, quem assume é o trabalhador, não é o sistema. Se você não tem emprego, não consegue guardar dinheiro. Por causa disso, no sistema de contribuição individual, você não teria uma aposentadoria”, explicou Uthoff, que integrou a Comissão sobre Reforma do Sistema de Pensões e da Comissão sobre Reforma do Sistema de Seguro de Saúde do Chile).
Sem proteção
Uma das justificativas da reforma da Previdência é o aumento da expectativa de vida dos trabalhadores, e, por isso, a proposta altera a idade mínima de aposentadoria. “Se a expectativa de vida aumentar até você chegar na época da aposentadoria, quem assume isso é você e cai a sua renda vitalícia. Ou seja, todos os riscos de um sistema são assumidos, no sistema capitalista, de modo individual pelo trabalhador. O sistema não o protege”, completou Andras Uthoff.
Fonte: Rede Brasil Atual e Contraf-CUT