Por um 2018 de lutas e de esperança para os trabalhadores!
Por Everton Gimenis
O 2017 vai ficar marcado como o ano em que os trabalhadores brasileiros sofreram os maiores ataques nos seus direitos em toda a história deste país.
Após o golpe capitaneado por Michel Temer e sua quadrilha e apoiado pela elite financeira e política do nosso país, a pauta foi só de retrocessos. A chamada PEC da Morte, por exemplo, com congelamento de investimentos públicos em saúde, segurança, educação e todas as áreas sociais por 20 anos; projeto de terceirização total que precariza o mundo do trabalho e aumenta a exploração e o adoecimento dos trabalhadores; a anti-reforma trabalhista, que, além de retirar direitos, ataca e esvazia os sindicatos e a Justiça do Trabalho, para dificultar ainda mais a defesa da classe trabalhadora; a volta do trabalho escravo; o sucateamento das empresas públicas para viabilizar e justificar a entrega do patrimônio público com a volta das privatizações.
Aqui no Rio Grande do Sul, a estratégia do governo Sartori não foi diferente. Assumiu propagandeando o caos nas finanças para justificar o verdadeiro objetivo do seu projeto de governo: atacar os servidores e os serviços públicos e terminar de entregar o que sobrou do patrimônio público gaúcho. Cabe lembrar, são os mesmos partidos e figuras políticas que na década de 90 privatizaram nossas estatais, entre elas, a CRT.
Apesar de muita luta e resistência, o governo atingiu alguns dos seus objetivos, como a extinção das fundações e tentou até o último momento antes do recesso legislativo vender ou extinguir as estatais gaúchas como Banrisul, Badesul, BRDE, CRM, CEEE, Sulgas e outras. Além de tentar aprovar o famigerado Regime de Recuperação Fiscal, que é, nada mais, nada menos, do que um acordo da dívida gaúcha com a União, mais danoso ao Estado do que o já desastroso acordo que o Governo Britto fez com FHC na década de 90. Acordo esse impagável e que tornou o Estado inviável financeiramente até hoje.
Apesar de todos esses ataques, no plano federal e estadual, os trabalhadores brasileiros e gaúchos deram exemplos de luta e resistência. Sofremos sim derrotas importantes, talvez as maiores da nossa história, mas também construímos a maior Greve Geral da história de nosso país.
Nesta moldura, construímos lutas unitárias contra todas as tentativas de ataques e, aqui no estado, nos entrelaçamos com os servidores públicos, funcionários das fundações e de empresas estatais, que resultou em poderosos movimentos memoráveis que ajudaram a conter a avalanche de retrocessos que sofremos.
No final do ano tivemos vitórias parciais que alimentam nossa esperança de um 2018 de muitas lutas e de vitórias.
O governo Temer, apesar da pressão e da compra descarada de parlamentares, não conseguiu aprovar em 2017 como queria a Reforma da Previdência. O governo golpista também teve que recuar na tentativa de abertura do capital da Caixa Econômica Federal e sua transformação em SA. Portanto, assseguramos que a Caixa continue 100% pública.
Aqui no Estado o governo não conseguiu aprovar o Regime de Recuperação Fiscal e nem efetivar a venda criminosa de ações do Banrisul, que na prática era uma privatização disfarçada do banco dos gaúchos, já que o estado ficaria somente com cerca de 26% do capital social do banco.
Essas vitórias parciais dos trabalhadores, se constituíram como importantes derrotas para os governos. Queriam resolver toda a pauta de retrocessos – portanto, pautas extremamente impopulares – neste ano de 2017, sabendo que 2018, por ser um ano eleitoral, as dificuldades para aprová-las poderão ser muito maiores. No entanto, não podemos baixar a guarda e temos que ter claro que eles não desistirão de continuar com sua agenda de retrocessos anti-povo.
O governo Sartori já anuncia a retomada da tentativa de aprovar seus projetos no final de janeiro de 2018. E o governo Temer e seus lacaios do Congresso Nacional anunciam para fevereiro a votação do fim da nossa aposentadoria.
Por isso, se depender dos governos e das elites brasileiras, o ano que vem será de ataques e retrocessos como foi 2017. Temos que ter claro que o único jeito de barrar isso é fortalecer a nossa luta e a nossa unidade!
Sempre digo aos colegas bancários que a resistência que construímos em 2017 foi a responsável pelas nossas vitórias, ainda que parciais e temporárias. Agora, este fato pode fornecer o combustível para o motor da grande luta que deverá ser conduzida pela classe trabalhadora brasileira no próximo ano. Nesta perspectiva de unidade, é certo que haveremos de derrotar esses governos e as elites que eles representam. Vamos juntos construir um cenário de esperança e de vitórias para a categoria bancária e para o conjunto da classe trabalhadora.
Viva a classe trabalhadora e o povo brasileiro!
Um feliz 2018 com muita luta, esperança e vitórias!