Sergio Rial, presidente do Santander no Brasil, tentou fazer do anúncio da antecipação do pagamento da segunda parcela da PLR do Santander, em 20/2, um evento de marketing para bombar a imagem do banco. O que deveria enaltecer o banco espanhol acabou virando dúvida para os colegas do Santander. Muitos bancários entram em contato com o Sindicato e com dirigentes sindicais para se queixarem que o valor da PLR foi muito menor em 2016. Os trabalhadores estranharam o fato de o banco ter registrado crescimento no lucro em 2016 e o valor da PLR ser menor do que o pago sobre o resultado de 2015.
Às vésperas do pagamento da PLR, o presidente Sérgio Rial emitiu comunicado para todos os bancários enaltecendo o crescimento do lucro em 2016. Isso gerou expectativa. Rial, no entanto, não explicou que, em 2015, o lucro extraordinário foi considerado para o cálculo da PLR, o que não aconteceu em 2016. Isso significa que, em termos de lucro líquido, o resultado de 2016 não foi superior ao do ano anterior. “Um banco como o Santander não pode se lançar em uma aventura midiática, para tentar melhorar sua imagem entre os colegas e omitir informações que acabam causando confusão. É preciso, sim, ter mais transparência”, cobrou o diretor Financeiro do SindBancários e funcionário do Santander, Paulo Roberto Stekel.
Saiba por que o valor da PLR foi menor em 2016
O lucro ajustado, o dado divulgado no balanço, não inclui, em 2016, o lucro extraordinário de 2015. Isso ocorreu porque o banco tinha a seu favor uma decisão judicial favorável no Supremo Tribunal Federal sobre pagamento do Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Em 2015, o banco considerou este lucro extraordinário (R$ 3,157 bi) para cálculo da PLR, o que permitiu o pagamento do valor cheio.
Para efeito de comparação entre os resultados de 2015 e 2016 é desconsiderado o lucro extraordinário, o que resultou no crescimento divulgado pelo seu presidente de 10,8% no ano passado em relação a 2015. Quando incluído o lucro extraordinário, o resultado de 2016 (R$ 7,3 bi) é inferior ao de 2015 (R$ 9,7 bi), resultando em uma PLR menor.
Fonte: Imprensa SindBancários, com SEEB São Paulo