Política de ataque a servidores públicos do governo do Estado faz de 2015 o ano de maior violência bancária desde 2007

É fácil fazer as contas, a partir dos dados levantados pelo acompanhamento do SindBancários, e definir 2015 como o ano de maior violência bancária dos últimos 9 anos no RS. Basta lembrar que a política de ataque aos servidores públicos do atual governo do Estado produziu dois aquartelamentos da Brigada Militar, acompanhadas de operações padrões da Polícia Civil, nos meses de agosto e setembro, e recordes de violência bancária. Pois o ano passado terminou com 248 ataques a bancos no Rio Grande do Sul, 41 a mais do que 2014, crescimento de 20%. Se formos comparar com a média desde 2007, cada ano teria 180 ataques a bancos, o que configura um crescimento de 72% em 2015 em relação à média histórica.

Lembramos que 2015 foi ano em que o secretário de segurança, Wantuir Jacini, chegou a dormir em uma atividade no Palácio Piratini, que um comandante da Brigada Militar sugeriu que os gaúchos chamassem o Batman para serem salvos de criminosos e que o posto bancário do Banrisul da Secretaria de Segurança foi assaltado. Outra vergonha: o mês de agosto, por conta do aquartelamento da Brigada Militar, teve 34 ataques a bancos, o maior volume para um único mês nos últimos 10 anos.

Enquanto o governador José Ivo Sartori ri e faz piadas sobre o pacote de maldades que conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa, bancários, vigilantes e clientes de bancos amargam pequenas tragédias quase que diárias. Em entrevista ao Programa Frente a Frente da TVE, na quarta-feira, 5/1, ele chegou a comparar os ataques aos servidores públicos e a política de venda de patrimônio público ao Gre-Nal em que o Grêmio venceu por 5 a 0 o Internacional, pelo Brasileirão (Leia e ouça aqui). Sim, porque, no ano passado, houve um ataque a banco a cada um dia e meio ou 36 horas. Maior responsabilidade de um governo que ri das tragédias alheias não pode haver.

Entenda-se que essa precarização é fruto de uma política neoliberal de redução do Estado e tentativa de venda do patrimônio público. Quanto aos efeitos na segurança pública, bem, o governador Sartori, aos risos, manda que cada um cuide de si.

O SindBancários atuou de modo a procurar reduzir os danos causados pela visão de estado mínimo, do qual o discurso de crise é a muleta e a arma, que teve repercussão no crescimento absurdo do volume de ataques a bancos. Em agosto e setembro, quando não havia policiamento ostensivo, o Sindicato e a Fetrafi-RS obtiveram liminares na Justiça do Trabalho que obrigavam os bancos a permanecerem fechados. O risco era muito alto e cresce muito. Em setembro, o juiz que determinou o fechamento das agências sugeriu que agentes do atual governo procurassem a Força de Segurança Nacional. Não procuraram, certamente, para não passar imagem de incompetência. Os números, no entanto, tratam de reforçar a falta de competência.

“A segurança pública está um caos. Durantes os dois meses de ausência de policiamento, tivemos notícias de arrastões no centro de Porto Alegre, de tiroteios entre traficantes nos bairros periféricos da cidade. O assalto, o latrocínio, o furto, todos esses tipos de crimes cresceram de forma alarmante em todo o Estado. A responsabilidade é desse governo, do governo Sartori. As mãos dos agentes desse governo que atacaram servidores públicos e blindaram a Assembleia Legislativa para aprovar um pacote de maldades estão manchadas de sangue, medo e de violência”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

A frase acima não é arroubo de presidente de entidade representativa de trabalhadores. É indignação e apreensão. Isso porque o tal pacote de maldades aprofunda a crise da prestação de serviços, não apresenta soluções para os problemas e quer que os gaúchos e gaúchas paguem um preço de uma crise financeira que só existe no discurso e que serve apenas para implementar o estado mínimo. Sem contar que o governo Sartori conseguiu na Assembleia Legislativa aprovar tarifaço com aumento do ICMS e, em contrapartida, não apresenta projeto nem soluções para aumentar o efetivo da Brigada e da Polícia Civil. É como se dissesse: concurso público e cidadania, nem pensar.

Pois os seis primeiros dias de janeiro de 2016 já se apresentam violentos. Segundo levantamento do SindBancários, já temos três ataques a bancos em menos de uma semana. Incompetência, inoperância ou fruto de uma política de arrocho salarial e ataque a servidores públicos, o fato é que o atual governo não apresenta saídas. Jogou cidadãos e cidadãs às suas próprias sortes. Nenhuma tragédia, por menor que seja, se justifica ante um governo sem projetos de desenvolvimento, sem sensibilidade, incompetente e irresponsável.

Relação de ataques a bancos no Rio Grande do Sul

Janeiro 2016

Dia 1: Caixa (Porto Alegre). Furto de cofre de agência no Moinhos de Vento.

Dia 4: Banco (Porto Alegre). Tentativa de arrombamento de caixa eletrônico em hospital.

Dia 6: Itaú (Esteio). Assalto com arrombamento de caixa eletrônico e tiroteio com a Brigada.

 

https://www3.sindbancarios.org.br/wp-content/uploads/2016/01/06012016.pdf

Fonte: Imprensa SindBancários

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