Dirigentes recebem apoio da população em Dia Nacional de Paralisação que procurou diálogo e a conscientização sobre a importância do Banco do Brasil para os empregados e para o povo brasileiro
A paralisação nacional de 24 horas contra a reestruturação do Banco do Brasil, fortaleceu, na sexta-feira, 29/1, uma jornada de resistência que vai seguir adiante até a direção do banco recuar na insistência de desmontar um patrimônio público do povo brasileiro.
Em Porto Alegre, agências ficaram fechadas, setores não funcionaram e houve filas, com atraso na abertura e no atendimento a clientes. E quem pensou que os clientes ficariam contra o movimento nacional levou um grande susto. Os dirigentes conversaram com a população, distribuíram uma carta aberta e receberam apoios à defesa do caráter público do BB.
Em frente à agência Rua Uruguai do BB, no Centro Histórico de Porto Alegre, o ato começou a se formar às 8h. Faixas estendidas na fachada da agência, conversa para a conscientização coletiva do perigo que representa a reestruturação e do papel do BB na vida de cada um de nós.
A diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banco do Brasil, Priscila Aguirres, percebeu entre os colegas o efeito de uma política de governo de ameaças, assédio e pressão. Não por acaso a diretoria que segue a cartilha do governo Bolsonaro quer demitir 5 mil empregados do banco e fechar 361 agências.
Sem contar que as ameaças de transferências sem anúncio prévio transformam a reestruturação num instrumento de pressão.
“Os colegas estão com muito medo de se manifestar e em choque. A direção está cortando na carne. Nunca vimos um desmonte tão profundo e feito em tão pouco tempo. Não são só os funcionários que podem fazer a reestruturação recuar. A população precisa saber o papel do Banco do Brasil em suas vidas. Recebemos muitas palavras de incentivo”, afirmou Priscila.
A diretora do SindBancários e funcionária do BB, Cristiana Garbinatto, deu o tom de resistência a mais um passo que o ato representou para uma mobilização que vai continuar a defender o BB.
“Vamos manter a mobilização. Na segunda-feira [1º/2], vamos lançar uma campanha de mídia em TV, jornal, rádio. Aqui foi o início de uma mobilização. Não vamos permitir que o governo Bolsonaro destrua o BB sem a nossa resistência”, acrescentou.
O diretor do SindBancários e funcionário do BB, Andrei Teixeira, abordou o tema da importância da conscientização da população para construir apoios na defesa do banco. “O desmonte afeta a sociedade como um todo. O Brasil deve muito de seu desenvolvimento no último século aos seus bancos público, como BB, a Caixa, o BNDES. O objetivo do governo Bolsonaro é entregar o Banco do Brasil e retirar seu caráter público, que foi conquistado com o trabalho de todos os colegas”, explicou o dirigente.
O diretor de saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, alerta para um movimento do governo Bolsonaro que tem relação direta com a eleição à presidência da Câmara dos Deputados. Bolsonaro quer formar maioria para eleger o seu presidente do parlamento e evitar que algum dos cerca de 60 processos de impeachment que tem contra si tenha andamento.
“Uma minoria de endinheirados está se lambuzando às custas dos direitos de saúde da população. O governo repassa trilhões para os banqueiros, trilhões em emendas parlamentares para garantir a política para essa minoria de endinheirados que tem um governo genocida ao seu serviço”, explicou Mauro.
O presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, diz que a estratégia do governo é bem clara: desmontar e eliminar todas as empresas públicas que têm saúde financeira, valor de mercado e valor para a população.
“É fundamental que nós tenhamos uma luta contínua contra o fechamento de agências e redução do investimento no trabalho pela reestruturação. O Banco do Brasil é lucrativo e tem muito valor para população. Vamos continuar esta luta contra esta política neoliberal dialogando com parlamentares, autoridades públicas e com a população”, detalhou Luciano.
Fonte: Imprensa SindBancários