Os bancos fecharam 2.445 postos de trabalho no país entre janeiro e julho de 2018, de acordo com análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Pesquisa do setor é divulgada mensalmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O maior saldo negativo no emprego bancário no período analisado foi registrado em São Paulo. O estado é responsável por 57,3% das admissões e 62% de desligamentos. São 780 postos de trabalho a menos para os bancários paulistas. Rio de Janeiro e Paraná veem logo em seguida, com 746 e 322 postos fechados, respectivamente. Entre os poucos estados onde houve mais contratações do que demissões, o Pará é que teve o maior saldo positivo (94 postos a mais). Pesadelo que se repete Esta é uma realidade que se repete. A análise do Dieese aponta que, desde janeiro de 2016, o saldo mensal do emprego nos bancos foi positivo apenas em 5 meses (janeiro de 2016, julho e novembro de 2017, janeiro de 2018 e julho de 2018), ficando negativo em todos os demais meses. A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foram responsáveis pelo fechamento de 1.523 postos, entre janeiro e julho de 2018. No caso da Caixa, devido, em grande parte, ao “Programa de Desligamento de Empregados”, lançado em 22 de fevereiro, o fechamento foi de 1.021 postos no período. Faixa Etária Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas 6.221 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, -8.666 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 4.322 postos no período. Desigualdade entre Homens e Mulheres As 8.005 mulheres admitidas nos bancos nos primeiros sete meses de 2018 receberam, em média, R$ 3.506,00. Esse valor corresponde a 71,5% da remuneração média auferida pelos 8.707 homens contratados no período. Constata-se a diferença de remuneração entre homens e mulheres também nos desligamentos. As 9.515 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.556,00, o que representou 74,2% da remuneração média dos 9.642 homens desligados dos bancos. Primeiros reflexos da Reforma Trabalhista nos dados do CAGED As demissões sem justa causa representaram 55,2% do total de desligamentos no setor bancário, entre janeiro e julho de 2018. As saídas a pedido do trabalhador representaram 36,8% dos tipos de desligamento. Nesse período foram registrados, ainda, 50 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 8.827,74. Leia a íntegra da análise do Dieese. Fonte: Contraf-CUT

As reuniões de negociação estão truncadas, detalhadas. Estão pegadas como jogo de Gauchão no interior. Não por acaso, as decisões demoram. Este ano é a primeira Campanha Nacional dos Bancários sob a vigência da Lei 13.467/2017, que ataca direitos dos trabalhadores. E, por incrível que possa parecer, os banqueiros, que, se não escreveram, seguraram a mão de quem escreveu a reforma trabalhista, estão tendo dificuldades. Por isso falam o tempo todo em “insegurança jurídica”. A demora então ocorre porque o negociado sobre o legislado, espírito da chamada nova CLT do trabalho, transforma cada cláusula dos acordos coletivos em lei. Cada palavra é importante!

A estratégia dos banqueiros é clara. Ganhar tempo e pressionar por retirada de direitos. A oitava rodada de negociação começou na terça-feira, 21/8 (leia mais aqui) e, até o fechamento desta reportagem, às 18h, da sexta-feira, 24/8, ainda não havia terminado. Não por acaso, as mesas específicas da Caixa e do Banco do Brasil esperam pelas definições da Fenaban para serem retomadas.

É o mesmo motivo pelo qual a mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e os representantes do Banrisul foi transferida para a segunda-feira, 27/8, a partir das 14h, na sede da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul (ASBANCOS). A mesa ocorreria na sexta-feira, 24/8, às 16h, mas a diretoria do Banrisul solicitou o adiamento em virtude do impasse na mesa nacional.

O secretário-geral do SindBancários e empregado do Banrisul, Luciano Fetzner, pediu tranquilidade aos colegas. “Estamos no momento mais delicado do processo de negociação. Nossos representantes no Comando Nacional já conseguiram fazer com que os Banqueiros recuassem na maioria dos retrocessos que queriam impor aos bancários, mas ainda há problemas na proposta. Já afirmamos reiteradamente que que há vários pontos de nossa pauta específica que já poderíamos ir resolvendo. Os negociadores do Banrisul discordam. Alegam que precisam de mais definições da mesa da Fenaban”, avaliou Luciano.

Este ano, o Banrisul foi o último banco a iniciar as negociações. Foram 50 dias de pressão depois de a pauta de reivindicações específica dos Banrisulenses ser entregue em 15 de junho. No dia 6 de agosto, a reunião não avançou em nada. Nas outras duas, o banco apresentou proposta de Banco de horas (Leia aqui matéria de esclarecimento sobre o banco de horas) e chegou a sinalizar com a renovação do acordo coletivo. Também repetiram o discurso da Fenaban sobre “segurança jurídica”.

Fenaban: retrocessos e recuos

Ao final da noite da quinta-feira, 23/8, a Fenaban pediu mais um intervalo para retomar a reunião na sexta-feira, a partir das 10h. O conjunto da proposta ainda havia sido considerado insuficiente. Os bancos apresentaram dois retrocessos em relação às conquistas históricas da Convenção Coletiva Nacional de Trabalho dos Bancários. Eles haviam proposto a retirada do pagamento integral da PLR para bancárias em licença-maternidade e para bancários(as) afastados(as) por doença.

Pressão na mesa

Diante dos retrocessos e de uma proposta de reajuste com 0,5% de aumento real, os bancários foram chamados à mobilização. Na áera de abarangência do SindeBancários, a terça, 21/8 e a quarta-feira, 22/8, foram movimentadas. Nesses dois dias, agências foram paralisadas no centro de Porto Alegre até o meio-dia.

Na mesma quarta-feira, 22/8, à tarde, sob chuva , vento e frio, bancários realizaram uma caminhada pelas ruas do Centro de Porto Alegre. Em todo o Brasil, os protestos se multiplicaram.

Sob pressão, a Fenaban recuou e manteve a integralidade da PLR para bancárias em licença-maternidade e bancários(as) afastados(as) por motivo de saúde. Quanto ao reajuste e a outras questões, a Fenaban ainda não deu o retorno, o que pode ocorrer até mesmo durante este fim de semana.

Atenção, resistência e garantia de conquistas

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, que participa da mesa de negociação como representante dos bancários gaúchos no Comando Nacional dos Bancários, voltou a pedir tranqulidade à categoria. “Este ano começamos a campanha mais cedo porque tínhamos que garantir a renovação do acordo nacional que vence em 31 de agosto. Com o fim da ultratividade na reforma trabalhista, entedemos que essa seria uma campanha de resistência e de garantia de direitos históricos. Por isso estamos pressionando muito na mesa de negociação. A nossa mobilização e a participação dos bancários nas atividades chamadas pelo sindicato fazem a diferença na mesa”, avaliou Gimenis.

Fonte: Imprensa SindBancários

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