População, autoridades e bancários festejaram na Praça o aniversário do banco e defenderam o seu caráter público
Balões azuis subindo ao céu, em frente ao prédio do Banrisul, na Praça da Alfândega, enquanto sindicalistas, deputados, bancários em geral, banrisulenses e passantes festejavam os 91 anos de fundação do banco, há décadas o principal esteio de desenvolvimento do Estado. A comemoração desta manhã, 12 de setembro – regada a bolo e refrigerante – foi também um grande Ato em Defesa do Banrisul público.
“Este ano o cerco está se fechando”, destacou o presidente do SindBancários, em sua saudação. “Agora atacam até a exigência de plebiscito para autorizar a venda do banco e de outras estatais. O governador prometeu atender emendas de parlamentares no valor de até R$ 1 milhão para cada deputado que autorizar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acabe com a exigência do plebiscito”, pontuou Everton Gimenis.
Ele lembrou que, durante a sua campanha eleitoral, Eduardo Leite (PSDB) chegou a se manifestar favoravelmente ao plebiscito. Mas mudou radicalmente de posição: “Se os deputados aprovarem a queda desta exigência constitucional, no dia seguinte ele envia a Assembleia Legislativa um projeto para vender o Banrisul, a Corsan e a a Procergs – e os deputados aprovam”.
Assista abaixo à videorreportagem sobre as comemorações dos 91 anos do Banrisul em Porto Alegre
Conforme Gimenis, a defesa do plebiscito por Leite, no ano eleitoral era só para enganar gaúchos e gaúchas: uma pesquisa de opinião mostrou que 76% da população era favorável à manutenção do Banrisul público.
Greve Proibida
A deputada Sofia Cavedon (PT), presente ao ato, saudou também os recém-comemorados 40 anos da “Greve Proibida” dos bancários, em 1979, que durou 15 dias e teve vários líderes bancárias presos, em plena Ditadura Militar. “Aquela greve construiu uma página decisiva para a redemocratização do Brasil”, afirmou. “O Habeas Corpus que o advogado do Sindicato, Tarso Genro, impetrou em favor dos presos, como Olívio Dutra, foi o primeiro utilizado no país para libertar militantes sociais presos pelo autoritarismo”, destacou.
Sobre os projetos de fragilização e venda do grande banco estadual, ela considera que é uma grande traição do governador e de seus apoiadores. “Leite está traindo a população. A defesa do Banrisul não é só dos bancários. Todo o povo gaúcho precisa se levantar contra isso: tirem as mãos especulativas do Banrisul”, bradou, para o aplauso de dezenas de pessoas.
Já o presidente da Comissão Parlamentar em Defesa do Banrisul, deputado Zé Nunes, o Banrisul público é simplesmente fundamental para o Estado, se o Rio Grande do Sul quiser ter um projeto de desenvolvimento independente. “Este governo não tem palavra, e o partido dele tem em seu DNA o germe da entrega do patrimônio público. A administração de Eduardo Leite corre o risco de ser o governo mais retrógrado da história do Rio Grande”, finalizou.
Encontro Nacional dos Banrisulenses
Também banrisulense, a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, exemplificou a postura do governador: “É um tucano que não renega o ninho de onde veio. Ter um discurso bonito para uma prática retrógrada. O Rio Grande hoje já é um estado mínimo. Chamar os empregados do Banrisul para a luta não é um convite – é uma convocatória, não só para defenderem seus empregos, mas o interesse público”, concluiu.
Aliás, neste sábado, 14/09, acontece o Encontro Nacional dos Banrisulenses, que deve reunir centenas de bancários para debater estes e outros assuntos na sede da Fetrafi-RS (Rua Coronel Fernando Machado, 820, Centro Histórico de Porto Alegre).
Assista abaixo à íntegra do ato de comemoração de 91 anos do Banrisul.
https://www.facebook.com/cutbrasil/videos/746458519515532/
O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, após parabenizar os trabalhadores do banco, relembrou que o Banrisul carreia quase R$ 500 milhões para o Tesouro do Estado, de certo modo garantindo o pagamento dos servidores. “Agora, vemos que o Leite se esconde atrás de um discurso moderninho, mas aplica a mesma receita de entregar os ativos do Estado. Ele que faça isso em sua casa, com seus bens, não com o patrimônio público”, desabafou.
24/09 – Dia de Luta
Porém, Claudir fez questão de demarcar: o próximo dia 24 de setembro será um Dia de Luta, convocado pela CUT e outras centrais sindicais. “Todos nas ruas contra a destruição do Brasil”, com Paralisações e Manifestações em Defesa do Meio Ambiente, Direitos, Educação, Empregos e contra a Reforma da Previdência. A concentração, em Porto Alegre, acontecerá na Esquina Democrática, as 18h30.
Fonte: Imprensa/SindBancários