O SindBancários decidiu elencar os principais motivos pelos quais o banco dos gaúchos e das gaúchas deve continuar sendo um patrimônio de todos nós.
Dos 11 postulantes ao Palácio Piratini, ao menos três já disseram, em ocasiões diferentes, que são favoráveis à venda do Banrisul. Eduardo Leite (PSDB), atual candidato à reeleição já pontuou que a privatização do banco público está nos seus planos, caso seja reeleito. Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro já disse que a venda deve ser debatida, no entanto, não tem isso como prioridade imediata. Luís Carlos Heinze (Progressistas) segue a mesma linha do candidato bolsonarista. Enquanto os políticos pensam em decidir a portas fechadas o futuro de um banco com mais de 94 anos de serviços prestados à população do Rio Grande do Sul, o SindBancários decidiu elencar os principais motivos pelos quais o banco dos gaúchos e das gaúchas deve continuar sendo um patrimônio de todos nós.
1. Investimento no setor público e no privado
O Banrisul investiu mais de R$ 40 bilhões no setor produtivo privado, somente em 2021, por meio de liberação de linhas de crédito. É dinheiro que ajuda o pequeno comerciante, atacadista de alimentos, metalurgias, setor de gás natural e petróleo, empresas de Educação, de Saúde, construção civil e diversos outros ramos que fazem a roda da economia girar e que geram emprego para a população. Sem o banco, empresas vão fechar e milhares de gaúchos vão perder seus empregos.
2. Aporte financeiro nos cofres do Rio Grande do Sul
Desde 2015, o governo do estado tem adotado uma política de austeridade fiscal, cortando na carne dos servidores públicos; submetendo professores estaduais e demais funcionários do Executivo ao congelamento e parcelamento de salários. Toda a folha do funcionalismo público sofreu com o arrocho salarial, alteração em planos de carreira, desvalorização e precarização do trabalho. Nos últimos 14 anos, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul aportou R$ 4.046,09 nos cofres públicos gaúchos, um total de R$ 260 milhões anuais que vão direto para o caixa único do RS, conforme aponta levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Se vendido fosse, o valor de mercado do banco poderia pagar apenas dois meses de folha e depois disso, o Rio Grande do Sul perderia recursos muito importantes para diversos setores.
3. Geração de empregos em Porto Alegre e no Interior
O Banrisul é responsável pela geração direta de mais de 10.725 empregos, sem contar aqueles, proporcionados indiretamente, através do fomento da economia local, uma vez o comércio se estabelece e se desenvolve no entorno de agências do banco, promovendo um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico local. Uma agência do Banrisul é também um restaurante a mais em um bairro, uma farmácia ou mercadinho que fatura com o fluxo de clientes e trabalhadores da instituição bancária.
4. É o único banco presente em 117 dois 497 municípios gaúchos
Muitos bancos privados não têm interesse em abrir agências no interior. Já o banco dos gaúchos e das gaúchas está presente em 117 dos 497 municípios do estado. Um dos argumentos falaciosos do governo estadual para efetivar a privatização do Banrisul é o de que a tecnologia permite a todos realizarem suas transações financeiras pelo telefone celular, sem a necessidade de irem a agências. No entanto, o poder público esquece que a cobertura e o sinal de internet no interior do RS não é igual ao da Região Metropolitana e de que a fome assola 14,1% dos lares gaúchos. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan). Quem passa fome não tem dinheiro para pagar por internet móvel, muito menos para usar aplicativos de banco.
5. Crédito e financiamento a juros mais baixos
Banco não dá bom dia! O principal objetivo de uma instituição financeira privada é sempre gerar lucro. Não que isto não esteja no horizonte de bancos públicos, mas empresas como o Banrisul têm como missão fomentar a economia, fornecendo crédito com juros mais baixos do que os praticados pela concorrência. Isso funciona como uma forma de regular o mercado e obrigar os grandes banqueiros a baixarem suas taxas.
6. Lazer e Esporte perdem sem o Banrisul
Sem o Banrisul, o país perde em esporte, cultura e lazer, uma vez que o banco destina recursos para estes ramos, financiando a produção de filmes, peças de teatro, exposições, clubes desportivos, como Sport Clube Internacional, Grêmio, Juventude e dezenas de times do interior. Em alguns casos, o Banrisul é o único patrocinador.
7. Sem o Banrisul, o sonho da casa própria fica mais difícil
Quem deseja financiar um imóvel geralmente recorre a bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal. Mas, o Banrisul também tem um papel fundamental para aqueles que desejam adquirir ou reformar imóveis. Segundo dados de seu último Balanço financeiro, 10,5% do total de operações de crédito do banco foram destinadas ao financiamento habitacional e ao setor imobiliário.
8. Crédito rotativo popular à disposição de qualquer um
Foi o Banrisul que criou o sistema de crédito rotativo popular que hoje é emulado por diversos bancos privados. A Banrisul Cartões, empresa que lucrou R$60 milhões só nos primeiros três primeiros meses de 2021 fornece vales-alimentação e refeição para centenas de trabalhadores, fazendo com que dinheiro e crédito circulem por aqui e não acabem na mão de investidores estrangeiros, como acontece com o Santander, por exemplo. O governo do Estado já tentou vendê-la, mas o Ministério Público anulou o processo de venda. Sem o Banrisul, o povo perde a possibilidade de parcelar suas compras e dívidas com um custo mais baixo.
Fonte: Imprensa SindBancários