Encontro aconteceu na quarta, 13/11, e reuniu diretores sindicais e lideranças de grupos discriminados
Os preconceitos que ainda vigoram na sociedade brasileira, muitas vezes de forma disfarçada e sutil, foram tema de uma Oficina realizada pelo SindBancários, voltada para a formação e esclarecimento de diretores e diretoras da nossa entidade. Abordando a “LGBT fobia”, foram ouvidos e responderam a indagações e dúvidas dirigentes de organizações não governamentais de livre expressão sexual, como Célio Golin, do “Somos”, e Vincent, do grupo “Nuances”. Também foram discutidos temas de políticas públicas, diversidade na categoria bancária, questão da mulher negra e homem negro e políticas de gênero.
Fortalecimento de preconceitos
A diretora de Formação do Sindicato, Virgínia Faria, que organizou o encontro juntamente com a também diretora sindical Bia Garbelini, explicou os motivos que levaram a realização da oficina. “Percebemos que após um período de evolução social e queda de preconceitos, com o governo Bolsonaro, de extrema-direita, uma visão preconceituosa voltou a se fortalecer. E um de seus alvos é a parcela LGBT da sociedade. Isso incluiu desde nossos locais de trabalho, bancos e até mesmo no sindicalismo”, apontou Virgínia. “Hoje, por conta deste desgoverno, estamos sofrendo um retrocesso, mas é nosso dever acolher a todos e todas no nosso meio. Não importa sua orientação, são seres humanos, com suas histórias de vida que devem ser respeitadas”, afirmou a sindicalista.
Assim, para esclarecer a todos e todas sobre o alcance do preconceito e do bulling em relação aos gays, expresso através de piadas e expressões irônicas, além de agressões até físicas, a oficina buscou ampliar a conscientização sobre a exclusão e a mágoa que certos comportamentos provocam. “Muitas vezes as pessoas que não se enquadram no modelo atual de sociedade, que prioriza pessoas brancas e heterosexuais”, detalha a sindicalista.
Defesa das minorias
Ela lembra que o SindBancários tem uma longa tradição de defesa dos direitos das chamadas minorias, ao lado da política salarial, trabalhista e social. No entanto, aponta que é preciso ainda maior esclarecimento. “Quase ninguém tem coragem de falar a serio sobre o assunto”, diz Virgínia Faria. “Poucos sabem, por exemplo, que o suicídio tem um índice muito elevado no Brasil, entre os grupos trans e LGBs”, informou. Disse também que é muito comum que pessoas homossexuais de cidades do interior migrem para as capitais, pois muitas vezes são rejeitadas até pelas famílias. “É fundamental que as lutas sociais e de cidadania também incluam questões como estas”, finalizou a diretora.