Novo comandante do BC no “governo” interino de Temer é do Itaú e defende terceirizações

O economista-chefe e sócio do Itaú/Unibanco, Ilan Goldfajn, será o novo presidente do Banco Central do Brasil no “governo” interino de Michel Temer. Ele assumirá o lugar do atual mandatário, Alexandre Tombini. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na terça-feira, 17/5. Antes de assumir o BC, Goldfajn deverá ser sabatinado pelo Senado.

Outros nomes que comporão a equipe econômica também foram anunciados, como Tarcisio Godoy – que já foi diretor da Bradesco Seguros e era da equipe do ex-ministro Joaquim Levy – para a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda. Mansueto Almeida, que será o secretário de Acompanhamento Econômico e responsável por gerir as despesas públicas, foi um dos coordenadores do programa econômico do candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB). Na Secretaria de Política Econômica, Carlos Hamilton de Araújo, executivo da JBS (das marcas Friboi e Seara).

“O governo interino de Michel Temer tem muita pressa em retroceder com nossos direitos. Eles estão cercando as instituições públicas com agentes que pensam apenas em mercado e querem a todo o custo reduzir as conquistas de um período democrático. Estamos diante de um clima de retrocessos com repercussão nas nossas lutas. Nós, bancários precisamos estar unidos para enfrentar um período difícil. Esta é a hora da luta”, analisa o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

“Ou seja, nossa preocupação sobre o alinhamento desse ‘governo’ a banqueiros e empresários se confirmou. Essa é a equipe que vai comandar a economia nacional. E como pode o ‘governo’ colocar uma pessoa de um banco para cuidar do BC? Certamente não serão os interesses dos clientes e da população que irão defender. É como colocar uma raposa para cuidar do galinheiro. O emprego bancário corre riscos. Uma equipe dessas pode ter interesse, por exemplo, de substituir agências e trabalhadores dos bancos por correspondentes bancários para aumentar o lucro das instituições financeiras sem mexer, claro, nos ganhos dos acionistas”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Criticamos quando Joaquim Levy saiu do Bradesco para ser ministro da Fazenda e ele realmente fez uma péssima condução da economia, voltado somente para os interesses de quem já ganha muito no Brasil. O golpe de Temer continua contra as necessidades do povo brasileiro e isso fica ainda mais claro na formação dessa equipe econômica. Não foi esse projeto de governo que elegemos”, acrescenta.

Ilan é a favor da terceirização

Em maio de 2015, como economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, declarou ao jornal Valor Econômico, que o PL da Terceirização em trâmite no Senado trará ganhos ao país por aumentar a flexibilidade do mercado de trabalho.

“Eles querem é flexibilizar direitos, fechar postos de trabalho bancários e aprofundar ainda mais a contratação de terceirizados. Terceirização só é interessante para o empresariado. Dissemos desde o começo que o golpe era contra os trabalhadores e conforme Temer vai nomeando sua equipe isso fica cada vez mais claro”, alerta Juvandia. “Teremos de estar unidos, e muito mobilizados para evitar a retirada de direitos trabalhistas e sociais que essa equipe econômica vai querer colocar em prática.”

Juros altos

Goldfajn foi diretor de Política Econômica do BC entre 2000 a 2003. No período em que esteve no cargo, a taxa básica de juro do país (Selic) passou de 19% para 25,5%.

Idade mínima para aposentar

Em artigo para o jornal O Estado de S.Paulo, em 5 de janeiro deste ano, Goldfajn defende a adoção de idade mínima para a aposentadoria. “Uma surpresa positiva seria a capacidade de juntar forças para aprovar as medidas fiscais necessárias, assim como a reforma da Previdência (a idade mínima, por exemplo). Daria um choque de confiança, o que poderia retomar o crescimento.”

Recessão e desemprego

Em março de 2013, escreveu um artigo que ficou famoso por pregar desemprego e recessão para combater a inflação. “O mercado de trabalho aquecido tem gerado aumento de salários que, repassados aos preços, têm gerado resistência à queda da inflação. Na atual conjuntura talvez seja necessário desaquecer temporariamente tanto o consumo, adequando-o, no curto prazo, à oferta mais restrita, quanto o mercado de trabalho, para permitir adequar os aumentos de salário ao crescimento da produtividade do trabalho”, afirma, para mais à frente reconhecer: “Pleno emprego, salários altos e consumo forte têm sido valiosos para a economia brasileira. A inflação sob controle também é um valor. Não está claro se há consciência na sociedade de que, para manter a inflação sob controle possa ser necessário temporariamente reduzir o consumo e desaquecer o mercado de trabalho”.

Fonte: SEEB São Paulo, com Imprensa SindBancários

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