Ação sindical contou com distribuição de chocolates e reforço da luta contra a privatização
O SindBancários realizou nesta quinta-feira, 13, uma ação para comemorar o aniversário de 214 anos do Banco do Brasil celebrado na última quarta-feira, 12. Diretores do sindicato distribuíram chocolates aos colegas do prédio da Rua Uruguai, no Centro Histórico de Porto Alegre, levando também uma mensagem sobre a importância do caráter público do BB para o país.
A ação do sindicato, apontou a diretora Priscila Aguirres, teve justamente o objetivo de marcar o papel histórico do BB e também de denunciar os ataques que o banco vem sofrendo desde 2016, com desligamentos de colegas, enxugamento da estrutura física e mudanças no perfil do papel da instituição.
Com este ato, reforçou Priscila, “queremos lembrar a necessidade de recuperar o espírito público do banco; repensar seu posicionamento e seu objetivo, que deveria ser de fomentar a economia e atender à população, e não só o atingimento de metas. Precisamos reforçar seu compromisso com os trabalhadores e a sociedade”, enfatizou a dirigente sindical, lamentando que hoje no banco, os trabalhadores vivem “numa corrida atrás de metas, o que está adoecendo os funcionários”. O sistema de Gestão Por Desempenho (GPD), alerta Priscila, “está sendo usado de forma arbitrária, como ferramenta de assédio aos colegas, atribuindo avaliações ruins a um trabalho que está sendo bem-feito”.
Na opinião da dirigente, o processo de desmonte e a mudança no perfil de investimento do banco estão totalmente ligados a escolhas políticas dos últimos governos. “Estão desmontando o banco e pressionando os trabalhadores por metas numa tentativa de enquadrar o banco público, que tem a função financiar o Estado brasileiro, em um padrão de banco de mercado, que pensa o lucro e não o desenvolvimento”, concluiu Priscila.
Reestruturar para privatizar
Em janeiro de 2021, a direção do BB iniciou uma “reestruturação” com fechamento de mais de 360 unidades, desligamento de 7 mil funcionários e venda de subsidiárias. Nos últimos cinco anos, a empresa fechou 1.400 agências e reduziu seu efetivo em 23 mil funcionários. Na opinião do movimento sindical, o enxugamento é parte do processo de enquadramento do banco ao mercado privado. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou abertamente que privatizar o BB era um desejo do atual governo. Perguntado em 2021 sobre os planos para os próximos 10 anos, Guedes respondeu prontamente: “continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, sendo vendido e isso sendo transformado em dividendos sociais”.
O Banco do Brasil, no entanto, sempre fomentou a economia brasileira, defendeu a diretora da Fetrafi-RS, Cristiana Garbinatto. Por isso mesmo, apontou, “neste momento eleitoral, em que o futuro do país está em jogo, é imprescindível lembrar os colegas disso, até para que escolham um projeto que respeite a história e trajetória do nosso banco e amplie a sua função pública”, declarou ao criticar o desmonte da instituição.
Nos últimos cinco anos, apontou Ronaldo Zeni, da diretoria jurídica do SindBancários, o BB foi perdendo espaço no fomento aos pequenos e microempreendimentos, como a agricultura familiar e as micro e pequenas empresas. O Banco do Brasil, disse Zeni, “só é do Brasil enquanto instituição pública, se servir à sociedade como elemento de integração nacional, algo que sempre esteve presente em sua história. É importante que ele desenvolva o capital social que possui, fornecendo crédito para agricultura, comércio e indústria, com taxas adequadas, que não sejam voltadas apenas para a lucratividade, como acontece em uma instituição financeira privada”, criticou.
Os diretores também dialogaram com colegas da superintendência do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul, situada no coração do bairro Higienópolis. Além de bombons, os diretores aproveitaram a ocasião para ampliar o diálogo com a categoria.
“Não há como separar o Banco do Brasil de sua função pública, o governo em que nos encontramos é privatista e quer vendê-lo a qualquer custo. É nosso papel lembrar a todos os colegas que o BB precisa ser público, lucrativo e forte”, lembrou o diretor Rogério Rodrigues.
Fonte: Imprensa SindBancários com informações do Comitê de Lutas em Defesa do Banco do Brasil