Mudanças no Programa de Qualidade de Vendas aumentam punições para trabalhadores da Caixa

Entidades receberam denúncias sobre penalização injusta para quem não cumpre metas estabelecidas

A Caixa Econômica Federal apresentou, na segunda-feira (15), mudanças no Programa de Qualidade de Vendas (PQV) que aumentam as punições para as empregadas e empregados que não cumprem as metas estabelecidas. “Recebemos reclamações de empregados que acham injusta a penalização por clientes cancelarem produtos da cesta de serviços, sendo que a própria Caixa manda mensagem para eles, os orientando a solicitarem o cancelamento quando o produto não se enquadrar em seu perfil”, disse o empregado da Caixa e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.

“Recebemos e-mails hoje dizendo que quem não tiver 90 pontos no PQV pode, entre outras sanções, ser proibido de participar de Processos de Seleção Interna (PSI) e ser encaminhado para a corregedoria”, complementou. No novo PQV da Caixa, as vendas de cartão de crédito, seguros e cesta de serviços são avaliadas por até 90 dias após a contratação. Se o cliente cancelar o serviço neste período, o empregado perde pontos no programa.

A apuração dos resultados do primeiro semestre de 2023 será feita em dois momentos. O primeiro vai considerar o primeiro trimestre, já com a aplicação das novas faixas de resultados definidas; habilitação, ou desabilitação em campanhas; bonificação, ou punição em processo seletivo (PSI/Score). O segundo momento considerará os resultados do segundo trimestre, considerando a incidência das novas faixas; início das consequências referentes às novas faixas com mensageria; acompanhamento do desempenho do empregado; avaliação das contestações em mais de uma instância; deflator no IQV decorrente da ausência de avaliação de contestação.

Nova gestão, problemas antigos

“Na gestão anterior, reclamávamos que o banco não apresentava as mudanças sem que houvesse negociação com os empregados e com as entidades de representação. Também reclamávamos que o banco utilizava programa de metas com ‘valores empresariais’, desconsiderando completamente o perfil social da Caixa. Esperávamos que esta nova gestão nos trouxesse algo diferente. Não é o que pudemos ver neste novo PQV”, disse, indignada, a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

A diretora da Anapar, Fetrafi-RS e SindBancários, Caroline Heidner, reforça que é necessária uma mudança de postura por parte da nova gestão. “Não é possível fazer a gestão de um banco só com peças de marketing. Dizer que ‘a gestão pelo medo na Caixa acabou’ soa muito bem, mas é necessário agir de acordo, e rápido”, disse.

Para a dirigente sindical e empregada da Caixa, Sabrina Muniz, as mudanças no PQV vão na contramão do que se pode entender como gestão humanizada. “A expectativa que se tinha era de mudanças no PQV no sentido de corrigir os problemas e aliviar um pouco a pressão sofrida, e não prejudicar ainda mais os trabalhadores, que seguem sobrecarregados e tendo que atingir metas nas alturas. Precisamos de mudanças que aliviem a carga dos nossos colegas urgentemente”, afirmou.

O diretor do SindBancários, Tiago Vasconcellos Pedroso, alerta que o papel social da Caixa deve ser a prioridade em uma gestão voltada para o desenvolvimento do país e comprometida com a manutenção de sua natureza jurídica pública. “Para tanto, o resultado esperado não pode ser fruto de ameaças e pressões sobre o quadro de pessoal. Precisamos difundir o cumprimento da função social da empresa, fortalecendo e valorizando seu time de vidas!”, defendeu o dirigente.

Fonte: Imprensa SindBancários e Contraf-CUT

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