Dirigentes pontuaram pendências em relação à venda da Sede Serraria, quilômetro rodado, auxílio moradia, caixas, retorno ao presencial e instalação de comissões de saúde e diversidade. Banco ficou de dar respostas
O clima da reunião de retomada da mesa permanente entre o Grupo de Trabalho do Comando Nacional dos(as) Banrisulenses e a representação do da diretoria do Banrisul, na tarde da quarta-feira, 8/9, foi de cobrança de pendências. Da venda da Serraria à instalação das Comissões Paritárias de Saúde e Diversidade, os dirigentes percorreram uma série de temas que afligem os Banrisulenses em suas rotinas no trabalho presencial e no teletrabalho. Uma nova reunião ficou marcada para a terça-feira, 21/9.
Em resumo, as cobranças convergem para uma única causa. A falta de pessoal começa a exigir da diretoria do banco uma operação tapa-buracos. Colegas de determinada agência, especialmente no Interior do Estado, precisam se deslocar para cobrir falta de funcionários em outra praça.
Emergem as cobranças, as pressões e o assédio moral. Denúncias apresentadas pelos integrantes do Comando referem todo o tipo de pressão até mesmo para o retorno de colegas com comorbidade ao trabalho presencial em plena pandemia de Covid-19. A saída para amenizar os problemas, na visão dos integrantes do Comando, é a imediata publicação de edital de chamada de concurso público.
A falta de gente envolve a emergências de vários problemas. Já se sabe que aos valores das verbas do quilômetro rodado, as diárias e o auxílio moradia estão defasados e foram congelados há um bom tempo. Elas não são verbas que estejam formalizadas em cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho específico do Banrisul e dependem de resoluções da direção do banco.
Outra questão que tem afligido os(as) Banrisulenses em todo o Estado diz respeito a intenções de venda da Sede Serraria, onde funciona um parque de lazer e uma escola preparatória, na Zona Sul de Porto Alegre. O presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, fez um pedido claro. Ele quis saber se a sede está mesmo à venda e pediu para que houvesse uma resposta até a próxima sexta-feira, 10/9, véspera do 29º Encontro Nacional dos(as) Banrsiulenses, que ocorre no sábado, 11/9.
“Procedem as informações sobre um processo avançado de venda da Serraria? Rápido, escondido? O que chega é que, no DTG que funciona na área e que pertence à Fundação Banrisul, já estaria sendo proibido acesso das pessoas. Temos informações de que há movimentos internos no banco para a venda. Mas não se vê nada de anúncio público. Estão vendendo a Serraria? Vai se tronar público quando?”, questionou Luciano, pedindo urgência na resposta.
A representação do banco disse que precisava levar o assunto à diretoria. Assim como os outros pontos da pauta de reivindicações do Comando Nacional dos(as) Banrisulenses, a representação do banco se compromete em conversar com diretores do banco para responder à reivindicação de resposta sobre a questão da venda da Serraria até a sexta, 10/9.
Comissões paritárias e mapa da saúde
A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, solicitou o cumprimento do Acordo Coletivo com o início das mesas das Comissões Paritárias de Saúde, Diversidade, Segurança e Gênero. Ademais, em razão da pandemia, ela solicitou que a diretoria enviasse dados sobre adoecimento no Banrisul. Os representantes dos Banrisulenses solicitam que a direção compartilhe dados do PCMSO, uma pauta de longa data do movimento sindical.
“O PCMSO é fundamental. É um mapa dos adoecimentos dentro do banco. Difícil fazer vigilância em saúde dos trabalhadores sem ter acesso aos dados do PCMSO. Faz tempo que pautamos. Não precisamos saber os nomes das pessoas. Precisamos ter os dados do número de afastados por tipo de doença. Tantos afastados por Covid-19, tantos por depressão”, exemplificou Denise.
Já a diretora da Fetrafi-RS, Ana Maria Betim Furquim, trouxe informações sobre dificuldades que colegas que exerciam a função de caixa fixo enfrentam com relação ao acesso a cursos. Trata-se de uma dificuldade advinda da transição da função de caixa para outra função comercial, por exemplo. Há colegas que estão desempenhando funções de telefonia, acumulando função de caixa eventual e tesouraria. Ademais, ocorre descumprimento de acordo em mesa de manter um caixa fixo por agência.
“Tem colegas que não fizeram nenhum curso para a área comercial para buscar a substituição da quebra de caixa. Encontrei colega como telefonista em algumas bases”, descreveu Ana Furquim.
“Está faltando gente nas unidades”
Para o diretor da Fetrafi-RS, Fábio Alves, os valores das verbas de representação, como o quilômetro rodado, as diárias e o auxílio-moradia, estão congeladas há anos. Esse problema apareceu agora devido à falta de trabalhadores em muitas agências, sobretudo no Interior do Estado. A defasagem é tão grande que o dirigente chegou a dizer aos diretores que a gasolina do quilômetro rodado leva em consideração o preço de cerca de três reais do litro.
“Está faltando gente nas unidades. A atual diretoria não fez os reajustes nas verbas salariais. A gasolina é do tempo que custava três reais. E nós estamos com quase sete reais o litro. As diárias não pagam nem uma pensão. Isso não foi reajustado no atual governo. O pessoal não está conseguindo andar nas agências. É inviável. Ninguém quer fazer, porque não consegue pagar o percurso. Precisa reajustar logo”, avaliou Fábio.
As respostas do banco
Vão pagar RV1?
Estão sendo analisados os números do banco. Assunto vai ser deliberado pela diretoria na próxima semana.
Reajustes de verbas
Assunto será tratado com a diretoria o mais rápido possível para avaliar defasagens em valores. Quanto ao auxílio moradia e ao alerta dos dirigentes de que o banco não está pagando como uma verba salarial prevista na CLT, o banco vai estudar o caso, pois que se trata de questões internas que precisam de solução rápida e de análise técnica.
Caixas
A representação do banco diz que vai cumprir o Acordo Coletivo de Trabalho à risca. Quanto à formação de caixas para a transição para outra área, o banco informa que a plataforma dos cursos continua aberta e pode ser acessada. Segundo representantes da diretoria, há casos de colegas que deixaram de ser caixas fixos e não querem fazer curso. Preferem ficar em áreas de apoio. De qualquer modo, um novo levantamento será realizado para saber quantos colegas que atuavam como caixas fixos não fizeram os cursos.
Exames de Covid-19 e protocolos
O banco afirma que a orientação é cumprir totalmente os protocolos sanitários. Nada foi mudado e não houve flexibilizações. Reconhece que o comportamento de alguns gestores não condiz com orientação da gestão. A representação da diretoria do banco informou houve punições. Inclusive, as punições foram mantidas mesmo após recursos. A penalidade atinge o indivíduo que não cumpre o protocolo, como não usar máscaras, e o gestor.
Sede Serraria
Sobre a venda da Sede Serraria, na Zona Sul de Porto Alegre, a representação da diretoria diz entender o ponto de vista dos dirigentes de querer saber exatamente o que vai acontecer. O compromisso é “fazer essa lição de casa e de forma transparente”. Vai conversar com a diretoria para saber se há intenção de venda e informar os dirigentes das decisões, se possível na sexta-feira, 10/9.
Retorno ao presencial
Os dirigentes informaram que recebem denúncias de várias bases de Sindicatos do Interior que dão conta de pressão e assédio moral para que colegas que estão em home office voltem imediatamente ao trabalho presencial, inclusive os afastados por comorbidade. Os dirigentes sindicais monitoram essas denúncias e pediram ao banco resposta sobre essas situações antes da próxima mesa, marcada para terça-feira, 21/9. Este assunto é de muita urgência para os dirigentes sindicais.
Fonte: Imprensa SindBancários