Pessoas com roupas, idiomas e aparências diferentes voltaram a tomar conta de Porto Alegre, nesta semana, com alegria, atitude e sede de justiça social, com a realização do Fórum Social Mundial Temático – um “esquenta” histórico para o FSM que será realizado no meio do ano em Montreal, Canadá.
E vamos combinar: nenhum lugar melhor para aquecer as turbinas para o FSM 2016 do que a capital gaúcha, que em 2001 sediou a primeira edição deste evento, impulsionada por ventos progressistas na própria Prefeitura e no Governo do Estado – que à época era administrado pelo bancário Olívio Dutra (na foto acima, durante oficina dos bancários no FSMT, há poucos dias).
Autogestionário e aberto às reivindicações e propostas para a difícil construção de “um outro mundo possível”, este Fórum em POA, 15 anos depois, voltou a ter o apoio de várias entidades, movimentos sociais, partidos e órgãos como o SindBancários.
A entidade dos bancários de Porto Alegre e Região, na contribuição ao programa do Fórum, promoveu Ato contra a Ditadura do Capital e pela Democracia dos Trabalhadores (na sede da Fetrafi-RS), Painel sobre Cultura e Sindicalismo, e ainda Debate sobre Saúde Bancária, entre outras iniciativas.
O Sindicato, através de sua história, tem comprovado: um outro mundo é possível, mas depende da conscientização e da participação de cada um de nós, a cada dia.
Janeiro pode bater recorde de ataques a bancos
A involução da segurança pública, no governo Sartori, é sentida – com um frio na espinha – por todos os gaúchos e gaúchas, e demonstrada pelos números e pesquisas. Inclusive pelo levantamento mensal de ataques a bancos e caixas eletrônicos no estado, realizado pelo SindBancários desde 2006, com base no noticiário da imprensa e de relatos de colegas.
Pois deste janeiro de 2016 – ainda em andamento – já se pode afirmar que bate o recorde de ataques dos três meses de janeiro dos anos anteriores. Confere aí – considerando que fixamos este dia 21 como referência para o janeiro de 2016.
Janeiro de 2013: em 31 dias, 12 casos. / Janeiro de 2014: em 31 dias, 16 casos./Janeiro de 2015: em 31 dias, 15 casos. Na média, 14 ataques a cada um desses três meses cheios.
Mas, em apenas 21 dias de janeiro de 2016, já temos 16 assaltos, explosões e arrombamentos, com agressões e reféns – quantidade de casos maior, em três semanas, do que nos janeiros anteriores inteiros. Até onde chegaremos?
Sartorão “da massa”, enquanto isso, curte férias internacionais com a família e amigos, em cruzeiro de transatlântico nas Bahamas. Que números de violência material e contra pessoas ele espera atingir, para só então enfrentar realmente o problema?
Texto: José Antônio Silva, jornalista