As fundações estaduais têm um papel de fornecimento de infraestrutura científica, estrutural, cultural, informativa e de formação para a sociedade riograndense – em áreas que vão da agricultura à economia, da informação à educação, da ciência ao aperfeiçoamento tecnológico. Ou seja: fornecem inteligência, de modo coletivo e solidário.
A proposta de Sartori não apresenta alternativas sociais
Ela é muito mais simples. Entregar tudo à megainiciativa privada.
O que não der “lucro” (como a formação educacional, esportiva, de lazer) de meninos e meninas numa comunidade de periferia, por exemplo, desaparece.
Mais jovens, que sem opção, podem ser cooptados pelo tráfico e o crime.
Não responde a questões fundamentais e básicas
Como ficarão as milhares e milhares de famílias que hoje sobrevivem de seu trabalho honesto e produtivo em empresas e fundações estaduais? Vão todas comprar “mini-vans” com o derradeiro salário e ir para a rua vender cachorro quente, como nos tempos do seu antecessor neoliberal Britto?
E quem vai comprar?
Elimina fontes estatais de financiamento
Quando precisar de dinheiro para pagar os funcionários que sobrarem deste massacre, de onde Sartorão (e todos os governadores que o sucederem) irão tirar os recursos necessários, sem o bom e velho Banrisul para bancar?
Como irão financiar projetos de desenvolvimento, empreendedorismo e geração de empregos sem a agência de fomento Badesul?
A ladaia de Sartori, de que as empresas e fundações estatais são muito “caras” aos cofres estaduais, perde o sentido quando se vê que ele também incluiu a Sulgás nos ativos que quer entregar aos tubarões amigos do alto empresariado – pois a Sulgás é lucrativa para o governo estadual!
Promove o letal “estado mínimo”
Na verdade, trata-se de promover, disfarçadamente, a idéia do “estado mínimo”, que entusiasma a Direita, mesmo tendo causado a falência de muitos países, com desemprego, fome e desespero, a partir de 2008.
Nenhuma ideia de solidariedade e qualquer arremedo (ainda que longínquo) de bem estar social, são aceitáveis para Temer e seu ministério corrupto, assim como para Sartori e seus carrascos da população.
“Ajuste fiscal” bom é no bolso dos outros
Tanto no governo federal quanto aqui, praticam-se todas as arbitrariedades e violências em nome do sagrado “ajuste fiscal”, enquanto se mantêm intocados seus salários, benefícios diretos e indiretos, ajudas de custo e benesses de toda ordem nos altos escalões do Executivo, Legislativo e Judiciário (e nem precisamos falar da Lista da Odebrecht).
No horizonte, a paz dos cemitérios
Se os gaúchos e gaúchas, os brasileiras e brasileiros não forem para as ruas em massa, o estado e o país irão entrar num longo período de estagnação, pobreza, abandono, perda de salários e direitos, falta de perspectivas.
Alguns setores gostarão, como sempre. São os que ficam satisfeitos com a paz dos cemitérios.
Bombas e cassetetes
Enquanto isso, neste exato momento, Brigada Militar – de salários congelados e fatiados – baixa o cassetete e o gás lacrimogênio contra os funcionários que lutam por seu presente e seu futuro, entre a Assembleia Legislativa e o Palácio Piratini.
Foto: Caco Argemi