O assédio moral sobre os funcionários, presente em todos os setores, mas uma das pragas mais recorrentes nas instituições financeiras, pode ser chamado, sem muito exagero, de “assédio mortal”. Afinal, segundo dados contidos no livro “Assédio moral e organizacional: as vítimas dos métodos de gestão nos bancos” (que será lançado na segunda-feira, dia 18, na sede da Fetrafi-RS, em Porto Alegre), houve 7.074 mortes de bancários no Brasil, entre 2006 e 2013. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.
Práticas como ameaças, perseguição, humilhação, exigência de metas abusivas, entre outras covardias sobre os trabalhadores, causam sofrimento psíquico e doenças como Ler/Dort. A diretoria de Saúde e Condições de Trabalho do SindBancários (área de abrangência de Porto Alegre e Região) computou, no ano de 2015, 684 casos de sofrimento psíquico e 629 de Ler/Dort.
Estes números são apenas das pessoas que procuraram ajuda no Sindicato. Por trás dessas situações de adoecimento, sempre existe a sombra do assédio moral.
E do assediador.
Índice de criminalidade arranha lua de mel de Sartori com Mídia
A lua de mel entre a Sra. Mídia e o Sr. Governador Sartori, um casamento de sólidos interesses, está passando por alguns estremecimentos no quesito Segurança Pública. O aumento da criminalidade – dos ataques a bancos aos homicídios, do roubo de veículos aos assaltos à população,– não é bom para ninguém, nem para os negócios.
Mas Sartorão, de guaiaca fechada, avisou que não vai admitir ninguém nos quadros do estado nos próximos seis meses, nem mesmo aqueles 2.500 brigadianos e 650 policiais civis, aprovados em concurso em 2014. Enquanto isso, mais e mais PMs se aposentam a cada semana, sem reposição.
Cercado por seus seguranças pessoais, o governador revela desinteresse pela vida e o patrimônio dos gaúchos e gaúchas, mesmo tendo que responder a toda a hora sobre o tema. Na edição do dia 13/01 o colunista Luiz Augusto Kern, no Correio do Povo, enfiou o dedo na ferida: “O governo se agarra a uma estratégia mais do que duvidosa para dizer, de forma distante e sem qualquer sensibilidade, que não há recursos. É inadmissível que esta posição perdure (…)”. O colunista encerra lembrando que em dezembro a arrecadação do RS chegou a quase R$ 4 bilhões. “Não é crível que, dentro desses valores, não haja verba para priorizar a segurança pública”, diz Kern.
Não é crível.
Texto: José Antônio Silva, jornalista