Até agora, o banco reconhece o fechamento de 86 agências em todo o país, mas diz que maioria dos funcionários foram realocados
Os bancários do Itaú, através da Contraf-CUT, em São Paulo, foram cobrar da direção do banco a verdade sobre a informação que ganhou o noticiário nas últimas semanas de que 400 agências seriam fechadas em todo o Brasil. Mesmo já tendo cerrado as portas de 86 agências em todo o país – incluindo algumas em Porto Alegre e na Região Metropolitana da capital gaúcha – a instituição financeira garantiu que a informação não é verdadeira e manteve os dados passados no último encontro. Até a data da reunião, houve 86 fechamentos de agências no Brasil, que envolveram 501 funcionários. Desses, diz o banco, foram realocados 460 trabalhadores e 41 foram demitidos.
“Vale lembrar que somente na base do SindBancários de Porto Alegre e Região, o banco está fechando as agências Mostardeiro, São Pedro, Shopping Canoas e Bourbon Country o que deve prejudicar mais de mil clientes. Os bancários e suas famílias precisam se adaptar a uma nova rotina, horários, deslocamentos e muitas vezes novas funções”, ressalta o diretor do SindBancários e funcionários do Itaú, Sandro Rodrigues. “Importante destacar que o banco se comprometeu a não demitir ninguém e estamos acompanhando os casos, para que não aconteçam dispensas injustificadas. O Sindicato está a disposição e ao lado dos funcionários”, informa o sindicalista.
Trabalhadores de olho
Quanto a cobrança de garantia de emprego, na reunião em SP, o banco informou que 94% dos trabalhadores foram realocados e que não pretende demitir os funcionários. “Nós queremos garantia que esses trabalhadores não serão demitidos. Vamos acompanhar a realocação para que os trabalhadores não sejam prejudicados com o aumento da distância do seu deslocamento de casa para o trabalho”, afirmou Jair Alves, coordenador do GT de Saúde.
Saúde: retorno do Grupo de Trabalho
O encontro também marcou o retorno do Grupo de Trabalho de Saúde, que foi interrompido na época do Campanha Nacional 2018. O primeiro tema debatido foi a cláusula 29, que é a complementação do auxílio doença previdenciário e o auxílio acidentário. Os bancários reivindicam que os afastados possam pagar a dívida de forma parcelada.
O banco apresentou uma nova metodologia que já vem aplicando há algum tempo de retirar a dívida da complementação da conta do trabalhador em até três vezes, caso não tenha o valor todo disponível, para não deixar a conta negativada. “Nós achamos que isso é insuficiente. Esta fórmula não é um parcelamento, é só uma medida para tentar não negativar a conta, porém não funcionará para todos. Nós queremos a opção de parcelamento”, explica Adma Gomes, coordenadora do GT de Saúde. O assunto volta à pauta na próxima reunião.
Acompanhamento de licenciados
O banco atendeu a reivindicação dos bancários e apresentou o programa de acompanhamento dos licenciados que é conduzido por assistentes sociais que fica dentro do Fique OK e o programa de avaliação clínica complementar, implementados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Nele, os trabalhadores com atestado de afastamento acima de 4 dias, se apresentam para agilizar o processo.
“Notamos que em alguns lugares que o banco implementou o sistema, o atendimento tem melhorado. Porém, o movimento sindical é contra o modelo de revalidação de atestados, já que o médico que acompanha o trabalhador é o que de fato conhece o caso. Sabemos de casos em que o médico do banco diminuiu os dias de afastamento dados pelo médico inicial. Isto não faz bem aos trabalhadores, pois eles são obrigados a voltar para o ambiente que o adoeceu antes da hora”, explicou Adma.
Readaptação
Em relação ao programa de readaptação do banco os bancários reivindicam a volta das negociações para adequar o programa. “Nós queremos que as condições de trabalho também sejam alteradas no retorno, para que o trabalhador não sofra novamente com o mesmo problema”, disse a coordenadora do GT.
Foi cobrado do banco ainda a solução para os problemas na entrega dos documentos do afastamento. Foi debatida a possibilidade da implementação da entrega desses documentos na plataforma do IU Conecta para diminuir os problemas. Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda a definição de calendário para as reuniões do GT. A ideia é fazer reuniões periódicas para avançar os temas em debate.