Heróica resistência
A greve dos bancários chegou ao 25° dia na sexta-feira, 30/9, e, com certeza, retomará com firmeza na segunda.
Uma greve que enfrenta poderosos inimigos. Mais uma vez se impõe aquela aliança das elites contra os trabalhadores que golpeou a democracia, impondo um ilegítimo impeachment, destituindo uma presidenta legitimamente eleita.
Em sintonia com a política de ataque aos direitos dos trabalhadores pelo governo Temer, os bancos querem impor perdas, dar um golpe no reajuste dos bancários. Querem jogar o custo do ajuste fiscal para os trabalhadores, que a classe trabalhadora pague o pato.
Em aliança com o judiciário que, na maioria dos casos, dá ganho de causa para impedir o livre direito de greve. Interditos e mais interditos.
A OAB que apoiou o golpe também se posiciona servil ao “grande chefe”. Direciona seus canhões contra a categoria, impetrando ações judiciais para dificultar nossa luta.
A polícia, sempre que é chamada, colabora com os banqueiros. Mesmo quando não é chamada dá uma mãozinha, utilizando toda a sua truculência.
E, claro, como sempre, a imprensa presta seus serviços aos endinheirados e ataca o povo. Primeiro, silencia diante de uma potente greve. Depois passam a noticiar distorcendo fatos e tentando colocar a greve contra a população.
A diabólica aliança tem diante de si uma categoria que luta com dignidade e sabe que o que está em jogo é muito mais que a questão salarial. Está em curso um ataque aos direitos duramente conquistados pelos trabalhadores. E que só a luta nos garante.
A “ponte para o futuro” está se apresentando na forma de reestruturações com desemprego e arrocho salarial; ataque às empresas públicas; terceirização sem limites; utilização de tecnologia em substituição de mão de obra; flexibilização da legislação. Serve-se de um Congresso com maioria de fisiológicos e corruptos, que faz negociata com os direitos do povo brasileiro.
Nossa resistência está construindo consciências críticas no calor da luta. A unidade conquistada precisa ser bem cuidada, não permitindo que interesses oportunistas levem a categoria para uma derrota.
Acima de tudo ter fé e sabedoria para continuar nossa mobilização, acreditando na força da luta coletiva.
No final dará tudo certo. Se não der tudo como gostaríamos é que não chegou ao final. A luta continua!
Mauro Salles – Diretor da Contraf-CUT e diretor e ex-presidente do SindBancários