Os representantes do banqueiros na mesa de negociação apresentaram uma proposta considerada insuficiente pelo Comando Nacional dos Bancários na segunda-feira, 29/8, na terceira rodada de negociação da Campanha Salarial 2016. A Fenaban propõe que o piso, as verbas salariais sejam reajustadas em 6,5% e a manutenção das regras da PLR. Como se a proposta insuficiente não bastasse, a Fenaban ofereceu um abono de R$ 3.000,00. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional. A orientação nacional a partir de agora é chamar assembleias e decidir pela greve a partir de terça-feira, 6/9.
Na área de abrangência do SindBancários, a assembleia será na quinta-feira, 1º/9, com primeira chamada às 18h, na sede da Fetrafi-RS. O Comando Nacional orienta que a proposta seja rejeitada. Na quarta-feira, 5/9, a partir das 18h, o SindBancários chama para assembleia organizativa para deliberar sobre a estratégia do primeiro dia de greve. A proposta da Fenaban é semelhante à do ano passado quando o Comando Nacional dos Bancários rejeitou, defendendo o aumento real.
O presidente do SindBancários e integrante do Comando Nacional dos Bancários, Everton Gimneis, participou da mesa de negociação em São Paulo. Segundo Gimenis, os representantes da Fenaban apresentaram a proposta e não sinalizaram com a possibilidade de avanços. A proposta desta segunda-feira não tem aumento real. Com uma inflação projetada de cerca de 9,6% no período, os bancários postulam aumento real de 5%. O presidente também disse que o tom dos representantes dos banqueiros foi a choradeira.
“Consideramos essa proposta insuficiente e um retrocesso. A nossa lógica de avanços nos direitos é conquistarmos aumentos reais. O aumento real fica como salário. O abono não resolve o problema dos nossos direitos. Não é uma verba permanente. Defendemos que os banqueiros apresentem uma proposta decente com aumento real, porque, no ano que vem partimos de um patamar de salários e verbas salariais com ganho real e não com perdas”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
O diretor da Contraf-CUT, Mauro Salles, alerta para a importância da participação dos bancários neste momento da nossa luta. “É a hora da nossa união, a mesma união que nos levou a fazer 13 anos consecutivos de greve com avanços significativos nos nossos direitos. Os bancários têm que ouvir o chamado do Sindicato e participar da assembleia, das nossas caminhadas. Quem decide agora é o bancário. E a nossa decisão, para avançarmos nas nossas conquistas, tem que ser pela greve”, avaliou Mauro Salles, que também participou da reunião da segunda-feira.
Além de apresentarem uma proposta sem aumento real, os banqueiros da Fenaban ficaram muito aquém em outros itens da nossa pauta de reivindicações. Não houve avanços também nas questões relacionadas a melhorias nas condições de trabalho, na segurança, nas condições de saúde. Além disso, as regras para o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) continuariam as mesmas do ano passado.
Confira abaixo a proposta da Fenaban sem aumento real
https://www3.sindbancarios.org.br/wp-content/uploads/2016/08/PROPPOSTA_FENABAN_29082016.pdf
Principais reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial: 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)
> PLR: 3 salários mais R$8.317,90
> Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
> Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo)
> Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês
> 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
> Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
> Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Imprensa SindBancários