Um grande “esquenta” de dimensão nacional para a Greve Geral marcada para o dia 28 de abril. Assim pode ser definida a grande concentração de trabalhadores, bancários, sindicalistas, estudantes e população em geral, que aconteceu na Esquina Democrática, com caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre, na última sexta-feira, 31/02.
O ato também foi realizado em outras capitais. E foi uma das iniciativas de chamamento e união da população gaúcha e brasileira – reunindo categorias profissionais, militantes sociais, trabalhadores e trabalhadoras – para fazer um enfrentamento duro ao governo Temer, um governo ilegítimo que ameaça os direitos de todos e todas.
Na própria noite de sexta-feira, enquanto multidões de brasileiros e brasileiras iam as ruas para combater as medidas arbitrárias de seu governo, longe dos holofotes e das câmeras o golpista Temer sancionava o projeto da Câmara Federal que permite a Terceirização irrestrita para todas as atividades das empresas, incluindo a atividade-fim.
Para entender melhor o que isto significa: em um banco, por exemplo, até o trabalho específico do bancário poderá ser feito por trabalhadores precarizados, através de uma empresa terceirizada. Ou seja: adeus, planos de carreira e conquistas da categoria.
Calendário de lutas
Os trabalhadores vêm seguindo um calendário de lutas e mobilização não só contra a Terceirização, mas igualmente contra a Reforma Trabalhista, que pode jogar o país de volta à década de 1930, quando não havia direitos trabalhistas nem CLT. Sem falar na inaceitável Reforma da Previdência Social.
A hora de agir é agora – depois vai ser tarde demais. Por isso, no dia 15 de março último, várias capitais brasileiras pararam contra as medidas que Temer e seus apoiadores querem impor. Na prática, a “reforma” da Previdência vai significar o fim da aposentadoria para a maioria da população.
Ou não é um absurdo propor 49 anos de contribuição ininterrupta para obter a aposentadoria integral? E como classificar a proposta que pretende fixar a idade mínima de aposentadoria – para homens e mulheres – aos 65 anos de idade? Isto em um país em que a expectativa de vida da população, em várias regiões, é próxima dos mesmos 65 anos… O nome disso é bem claro: “Trabalhar até morrer”.
Bancos públicos: ataque pesado
Ao mesmo tempo, Temer e seus asseclas seguem os ataques aos bancos públicos. A Caixa anunciou que pretende “economizar” até R$ 1,5 bilhão ao ano, a partir de 2018, com seu PDV. Um pacote que inclui ainda a redução de agências e a não ocupação das vagas deixadas pelos colegas que saem, gerando adoecimento dos trabalhadores que ficam e prejudicando o atendimento ao público.
O panorama não é muito diferente no Banco do Brasil. Está em processo o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, além das demissões, por meio de plano de incentivo à aposentadoria. Quem sofre é o país, pois o BB é responsável por 60% do crédito agrícola do Brasil.
No Banrisul, mesmo dando lucro ao Rio Grande, todo mundo sabe: a ameaça é real e constante. Apesar das negaças de Sartori, o governo federal vem pressionando para que o Banrisul seja terceirizado ou federalizado para abater a dívida do estado com a União.
Portanto, a hora é de reforçar: só a luta nos garante.
Todos na rua no próximo dia 28! Depois, não adianta chorar sobre o leite derramado, os direitos arrancados e o emprego desaparecido.
Crédito fotos: Carol Ferraz
Fonte: Imprensa SindBancários