Movimento sindical quer acompanhar de perto realocação dos trabalhadores em função do fechamento das agências
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu, na última quinta-feira, com a direção do Itaú, no Centro Empresarial (Ceic), em São Paulo, para cobrar o fim das demissões e do fechamento de agências, e também mais contratações.
Depois do movimento sindical apresentar uma série de denúncias recebidas pelos sindicatos de todo o Brasil de que os bancários afetados nos fechamentos das agências não têm chance de nova oportunidade dentro do banco, o Itaú revelou os números do ano passado: foram 239 agências fechadas, com 1971 trabalhadores envolvidos.
Desses, apenas 74% foram realocados, 8% pediram demissão ou aderiram ao PDV e 18% foram demitidos. Em 2023, já são 106 agências, com 1330 trabalhadores envolvidos. Os dirigentes sindicais questionaram os números e o processo de realocação, e solicitaram do banco a informação sobre para onde foram estes funcionários.
O banco se comprometeu a fazer um levantamento e apresentar, na próxima reunião, os locais de realocação, para que o processo possa ser acompanhado. “Nós queremos mais contratações, principalmente, no varejo, pois quem ficou no banco está sempre sobrecarregado. Queremos também o fim do assédio moral, que aumentou muito com este cenário de insegurança gerado pelos fechamentos e demissões”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.
Representante do RS na COE, o diretor do SindBancários Eduardo Munhoz apontou uma das principais reclamações dos trabalhadores, a alta rotatividade. “O turnover no banco é elevado em função da pressão para atingir metas, os colegas que não aguentam acabam demitidos”, ressaltou. Ele denunciou ainda outros dois pontos preocupantes: casos de gestores realizando transferências sem nenhum critério e outros não respeitando restrições de funcionários com certificado de reabilitação do INSS.
No encontro, foi debatida ainda a questão do adoecimento causado nos bancários quando tomam conhecimento sobre a desativação de algum local de trabalho. O banco solicitou à Contraf-CUT uma agenda para apresentar seu programa de diversidade e também debater sobre saúde e condições de trabalho.
Fonte: Imprensa SindBancários e Contraf-CUT