Em noite de muita emoção e homenagens, SindBancários chega aos 90 anos

Mais de 290 pessoas prestigiaram a solenidade em celebração às nove décadas da entidade

Mais de 290 pessoas lotaram o auditório e o segundo andar do SindBancários nesta quarta-feira (18), durante solenidade em comemoração aos 90 anos do sindicato. Em uma noite emocionante, ex-presidentes da entidade sindical, autoridades públicas, ativistas sociais e militantes dividiram com os convidados detalhes de como suas vidas se confundem com a trajetória de lutas, conquistas, greves e campanhas salariais da entidade, fundada em 1933 por funcionários do extinto Banco Pelotense.

Autoridades gaúchas prestigiaram o evento, como o ex-prefeito de Porto Alegre e ex-presidente do Sindicato, José Fortunati; o deputado estadual eleito Miguel Rossetto (PT); o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci; a suplente do senador Paulo Paim (PT), Abigail Pereira (PCdoB) e o secretário da JPT-POA, Brunno Mattos. Além do presidente da Associação Gaúcha dos Funcionários Aposentados do Banespa, Henrique Kornowski, estiveram presentes também o escritor Alcy Cheuiche; o presidente da Caixa de Assistência dos Empregados do Banrisul, Fernando Zingano; o presidente do SindJus-RS, Oswaldir Rodrigues; o presidente da APCEF, Marcos Todt e, representando a Contraf-CUT, Marcos Silvano, que também é diretor da Fetrafi-SC. O superintendente de Recursos Humanos, Gaspar Saikoski compareceu à cerimônia representando a direção do Banrisul.

“O Sindicato dos Bancários é uma escola de política, de luta de classes e de amizade. Nossa categoria é uma grande família que batalha por direitos e justiça social. Temos mais da metade dos bancários da nossa região são associados à entidade e queremos mais, esperamos que 100% deles digam sim para quem os defende e se associem. Enquanto houver opressão e capitalismo, o Sindbancários lutará contra o maior adversário dos trabalhadores, o sistema bancário”, destacou o atual presidente do Sindicato, Luciano Fetzner.

Quatro ex-presidentes da entidade também dividiram o microfone para homenagear o SindBancários. Ao dar boas-vindas para os convidados, o diretor da Fetrafi-RS Juberlei Bacelo, que esteve à frente do Sindicato entre 2005 e 2011, recordou seus 40 anos como profissional bancário e o maior aprendizado que o movimento sindical lhe deixou. “Eu aprendi com esta entidade que a busca pela felicidade é uma luta coletiva e não individual”, disse emocionado.

Fundador da Central Única dos Trabalhadores, José Fortunati presidiu o Sindicato entre 1985 e 1987 e lembrou que a entidade jamais titubeou na defesa da democracia. Trabalhador do Banco do Brasil e associado há 45 anos, o ex-prefeito destacou que o Sindicato dos Bancários sempre dialogou com a sociedade brasileira. Ao término fez um apelo pela democracia. “Este sindicato não pode respaldar quem prega o golpe e a depredação dos poderes. Independente do nome em que votamos nas eleições de 2022, precisamos reconhecer que temos um governo eleito legitimamente através do voto popular. A luta não é apenas sobre salário e condições de vida, mas por uma sociedade mais justa, fraterna e acima de tudo, democrática”, concluiu.

À frente do Sindicato entre 2016 à 2020, Everton Gimenis representou a CUT na cerimônia e recordou da época em que ingressou na trincheira da luta sindical, em 1987, quando com apenas nove dias de banco, aderiu a uma greve. “Era época da hiperinflação do governo Sarney e, naquele ano, trabalhando em um banco privado, descobri que uma greve tem o poder de ensinar mais sobre luta de classes do que qualquer livro. O Sindicato dos Bancários sempre puxou a categoria para o lado certo da história e comigo não foi diferente”, disse.

Presidente do Sindicato no começo dos anos 2000, Devenir Camargo recordou da greve proibida de 1979, momento marcante na história do SindBancários, quando o também ex-presidente, Olívio Dutra, foi detido pelo regime militar, junto de outros dirigentes, fazendo com que a categoria desse uma aula de solidariedade ao colocar as questões econômicas em segundo plano e a luta pela liberdade dos sindicalistas presos em primeiro lugar. Ao concluir, enfatizou a importância do Sindicato na defesa dos bancos públicos. “Sempre que um governo neoliberal assume, vem a vontade de vender estatais. É por isso que seguimos vigilantes na defesa das nossas empresas públicas, como o Banrisul, que seguramente segue com seu caráter público graças ao SindBancários”, pontuou.

Ausente da festividade, Dutra será homenageado pelo sindicato que presidiu com uma biografia. O livro será escrito por Alcy Cheuiche e deve ser publicado ainda no segundo semestre de 2023.

Em sua fala no púlpito, a diretora de políticas sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Rachel Weber, dividiu com o público sua emoção pelas nove décadas do Sindicato e lembrou que a cena do presidente Lula subindo a rampa do Planalto ao lado de mulheres, negros, crianças e PCDs é a síntese do sonho de inclusão social promovido cotidianamente pela Caixa.

“Não tenho como não me emocionar nestes 90 anos do sindicato ao ver o presidente Lula subindo a rampa acompanhado de mulheres, negros e pessoas com deficiência, pois o sonho de inclusão representado por esta cena se concretiza nas agências da Caixa e pelas mãos de centenas de bancários e bancárias”, avaliou.

Eleito deputado para a legislatura estadual que começa em fevereiro, Miguel Rossetto (PT) voltou no tempo para a época em que foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo (Sindpolo-RS) e foi categórico em sua homenagem ao SindBancários.

“A greve de 1979 foi a referência de luta sindical da minha geração. Eu vivi aquilo tudo intensamente e posso dizer que a campanha dos bancários, naquele momento se confundiu com a luta pela democracia. Se alguns dizem que na modernidade não há espaço para os sindicatos, então não queremos essa modernidade”, concluiu.

Em nome da Contraf-CUT, Marcos Silvano avaliou que a tarefa histórica dos sindicatos neste momento histórico pelo país é a defesa da democracia. “Que as lutas que virão nos encontrem preparados”, saudou o bancário catarinense. Antes que tivesse início o coquetel de aniversário, o SindBancários homenageou com medalhas comemorativas algumas personalidades que marcaram a trajetória da entidade, como Vanderlei César Gamalho, bancário do Itaú que trouxe visibilidade para a luta LGBTQIA+ nas agências e Miriam Aguiar, banrisulense aposentada que integrou o comando da greve proibida.

Também foram agraciados com a condecoração a diretora Carmem Lúcia Guedes; Juliana Souza Silva, da Associação de Moradores da Restinga; Cleusa Astirraga, do Quilombo do Areal da Baronesa; Almeri Espíndola, bancária da Caixa; Carlos Simon, ex-árbitro de futebol; Jaqueline Campello, importante nome da construção do Grupo de Ação Solidária, Wesley D’Augustin, da Rádio Negritude Web, Célia Albuquerque de Almeida, ex-funcionária da casa e  Juberlei Bacelo, da Fetrafi-RS e Antônio Vicente Martins, da AVM-Advogados Associados.

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