Diretores do SindBancários visitaram agências em Porto Alegre
Dirigentes do SindBancários de Porto Alegre e Região visitaram, nesta quarta-feira (15), Dia Nacional de Luta do Itaú, agências centrais de Porto Alegre para conversar com os colegas. O objetivo foi denunciar a política de precarização do trabalho bancário que vem provocando demissões e o adoecimento em massa na categoria. O banco, que obteve lucro líquido de R$ 19,7 bilhões, entre janeiro e setembro de 2021, anunciou novo pacote de demissões no final de novembro, fazendo com que o Natal de muitos bancários seja marcado pela incerteza e desespero, algo vivido atualmente por mais de 13 milhões de brasileiros(as) desempregados (as).
Assédio Moral e gestão desumana
“Se não bastassem as metas abusivas, a pressão do dia a dia, o assédio moral, e os adoecimentos, as demissões somam-se a uma gestão desumana que o banco presenteia aos seus “colaboradores”. Isto em plena época de festas de fim de ano e com o país mergulhado em uma crise economia e social por causa da pandemia”, diz um dos trechos do panfleto distribuído pelo SindBancários durante as visitas.
“Como sempre, o Itaú prega uma realidade de contos de fadas em seus comerciais de TV. Porém, a instituição financeira esconde sua verdadeira face de desrespeito com os funcionários e falta de compromisso social com o Brasil”, aponta o texto.
“Não há justificativa”, aponta diretor do sindicato
O dirigente do SindBancários, Eduardo Munhoz, da COE do Itaú, diz que que os bancários (as) estão preocupados também com a reestruturação proposta pelo Projeto Itaú 2030. O banco está mudando cargos e unificando diretorias como a Comercial e a Operacional. “Isso significa também uma diminuição de postos de trabalho e o fechamento de agências, o que tem sobrecarregado mais ainda os colegas”. Para o sindicato, aponta Eduardo, “não há justificativa” para o que está acontecendo. “Enquanto lucra bilhões, o banco não para de fazer maldades com os trabalhadores”.
Programa GERA é máquina de adoecimento
A diretora de Saúde do sindicato e funcionária do Itaú, Jamile Chamun, que também foi às agências, ressaltou que o Programa GERA, lançado em março, também provocou caos entre os empregados. O programa de remuneração não tem regras claras, falta transparência nos critérios, além de permitir o acúmulo de funções que sobrecarrega o trabalho dos Agentes de Negócios Caixa.
“A única coisa que o programa GERA gerou foi o adoecimento dos funcionários do Itaú”, lamentou Jamile.
Final de ano dramático
A funcionária do Itaú, Daniela Souza, que também diretora do SindBancários, avalia que o final de 2021 está ainda mais dramático para os trabalhadores do Itaú devido ao fechamento de agências e a insegurança quanto ao futuro.
“O pessoal está com muito medo pelo fechamento de agências; não sabem o que serão deles com o contínuo assédio moral e pressão pela superação de metas. O que os nossos colegas precisam fazer é denunciar todo e qualquer tipo de abuso, desde um ar-condicionado estragado até a intransigência de gerentes e patrões. Procurem o Sindicato que nós vamos te defender”.
Sandro Rodrigues, diretor de Diversidade e Combate ao Racismo, comentou sobre a estratégia de marketing do Itaú em época de Natal pra sensibilizar os clientes. “Com essas campanhas, o banco só mostra uma completa contradição: no comercial vem com um discurso de respeito, esperança, humanidade e amor entre as pessoas. Mas na vida real demite, persegue, assedia, humilha, desemprega e tira a esperança dos trabalhadores. ISSO É MUITO ITAÚ!!”, finaliza.
Confira como foi o Dia Nacional de Luta do Itaú no vídeo.
Texto: Marcus Perez com edição de Manoela Frade
Vídeo Caio Venâncio
Imprensa SindBancários