Sindicato diz que situação na Caixa é grave e pede apuração rigorosa. Funcionários estão estarrecidos.
O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na sede do banco, em Brasília. O corpo foi encontrado na área externa do prédio na noite de terça-feira (19) por vigilantes.
Batista era funcionário de carreira da Caixa – entrou para o banco em 1989 – e assumiu a Diretoria de Controles Internos por processo seletivo em março de 2022.
Segundo a Polícia Civil do DF, a morte foi registrada inicialmente como suicídio, mas segue em apuração. Em nota, a Caixa manifestou pesar pela morte e disse que contribui para apuração do caso. O prédio seguiu aberto e funcionando nesta quarta-feira, 20.
Os funcionários da Caixa estão perplexos com a morte do colega. A diretora da Fetrafi-RS, Sabrina Muniz, empregada do banco há 20 anos, afirmou que a situação na Caixa é tão estarrecedora que é difícil se pronunciar, mas refletiu que o momento pede também um basta. “A questão é tão triste, séria e profunda que o assunto merece uma reflexão demorada, porque certamente os colegas não podem continuar submetidos ao estilo de gestão, que infelizmente está impregnado na Caixa. Os colegas vivem em clima de assédio e adoecimento”, declarou manifestando também a profunda solidariedade do SindBancários e da Fetrafi à família do diretor e aos colegas do banco.
Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae, também se manifestou pedindo apuração rigorosa sobre as circunstâncias da morte do colega. Para Rachel, “os últimos acontecimentos na Caixa estão afetando todos os trabalhadores. As apurações precisam ser muito sérias porque não é possível negar o espanto que causa o diretor da área responsável pelos canais de denúncia ser encontrado morto no local de trabalho”, aponta.
Batista chefiava a Diretoria de Controle Interno e Integridade, para onde são encaminhadas todas as denúncias recebidas pelo canal de atendimento criado pela Caixa Econômica Federal, incluindo denúncias de corrupção e assédio sexual, como as que levaram à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães.
A Contraf-CUT e a Fenae divulgaram há pouco uma nota sobre caso. Em um trecho, as entidades afirmam que “o mais importante é garantir um ambiente de trabalho saudável, que não traga prejuízos à saúde e à integridade física, psicológica das trabalhadoras e dos trabalhadores“. Contraf e Fenae pedem “que o caso seja investigado com rigor e seriedade, assim como todos os demais casos que prejudicam o ambiente e o trabalho das empregadas e dos empregados da Caixa que vem sendo divulgados pela imprensa”.
A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, disse estar triste e perplexa pela perda repentina. Rita também afirmou que os empregados vivem momentos difíceis, com pressão exacerbada, aumento de metas, intimidações, além dos casos de assédio e instabilidade pelas ameaças de privatização. “Hoje é dia de Luto, mas amanhã nossa Luta estará de pé novamente”, declarou.
Fonte: Imprensa SindBancários e Fetrafi-RS
Foto: Bento Viana/Divulgação