Confira o artigo do diretor de Diversidade e Antirracismo do SindBancários, Sandro Rodrigues
Neste 28 de junho, lembramos do dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade gay pelos seus direitos: a Rebelião de Stonewall Inn. Comemoramos com clima renovado a possibilidade de retorno do debate às políticas públicas da população LGBTQIAPN+ com a saída de Bolsonaro da Presidência da República. SIM!!! Livres de Bolsonaro!Queremos mais políticas sociais para essa população.
Desde 2019, a comunidade LGBTQIAPN+ convivia com um governo abertamente contrário às nossas pautas. Além das declarações de cunho homofóbico de Bolsonaro, reproduzidas por seus “seguidores” no parlamento, o então presidente da República cortou financiamento de políticas públicas voltadas para esse público.
Nos dois anos seguintes, o mundo foi assolado pelo coronavírus – deixando 700 mil mortos no Brasil – que ecoava nos quatro cantos do país com aval de um presidente negacionista, homofóbico, lesbofóbico, transfóbico, machista, racista, misógino. Passamos por um período muito complicado no país.
Com a maior abertura do governo Lula à agenda do movimento LGBTQIAPN+, as demandas represadas poderão ser debatidas. O que estamos lutando reflete os anseios desta população que foi esquecida. Sendo assim, segue uma pouco de nossa agenda:
Na educação, queremos que as escolas sejam um lugar acolhedor, sem violência e sem discriminação, aplicando a Lei 13185/2014, que, entre outras questões, prevê equipe multidisciplinar em cada escola para atender casos de violência, discriminação e bullyng.
Na saúde, queremos que retome o programa de AIDS, que é referência em todo o mundo; queremos ações de cultura sem discriminação e incentivos, segurança pública com formação de agentes policiais para que se proteja a todas as pessoas, inclusive os LGBTQIAPN+, além de capacitar também a população LGBTQIAPN+ e sensibilizar empregadores para que respeitem a comunidade.
No direito, queremos aprovação de leis pelo Congresso que defendam essa população. Lembrando que o que conquistamos até agora veio do STF (Supremo Tribunal Federal, por meio da jurisprudência), enfim, queremos leis que nos abracem.
E do Presidente Lula esperamos que nesta gestão possa olhar de uma forma muito específica para a população T (transexuais e Travestis), portanto, que a defesa da inviolabilidade destas vidas vidas seja uma constante, pois Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis no mundo.
É preciso desenhar ações efetivas de políticas públicas que vão erradicar a violência e garantir o direito de pessoas travestis e transexuais de ir e vir, de circular tranquilamente, acessar banheiros públicos de acordo com a sua identidade de gênero. Não podemos esquecer que vamos enfrentar também nesse novo ciclo político um Congresso conservador. Com isso as pautas mais progressistas devem sofrer mais dificuldades para ser discutidas.
E é justamente isso que a Associação Brasileira de lésbicas, gays, bissexuais e intersexos vai pressionar, junto dos movimentos sociais e sindicatos.
Enfim… celebremos o dia do Orgulho LGBTQIAPN+, mas não esqueçamos de fazer a luta!
Saudações a quem veio até aqui!
Sandro Rodrigues
Dirigente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região – Coletivo Diversidade e Antirracismo – SindBancários