Movimento sindical cobra protocolos mais rígidos e cumprimento por parte dos gestores. Condições de trabalho e novas contratações também estão na pauta.
Nesta quinta-feira, 03/02, funcionários da Caixa de todo o país foram às ruas para mais um Dia Nacional de Luta. A mobilização ocorre no dia seguinte à reunião da Comissão de Empregados da Caixa (CEE) com o banco. A pauta da reunião foi justamente a melhoria dos protocolos de prevenção à Covid-19 e o cumprimento pelos gestores. Mas os empregados também cobraram melhores condições de trabalho e novas contratações.
“O que nós vemos é que muitas vezes, o gestor local até está preocupado, está empenhado em cumprir os protocolos e tenta tomar medidas mais rigorosas para conter o avanço da pandemia, mas não consegue porque não recebe autorização da chefia acima, da matriz em Brasília”, comenta Sabrina Muniz, diretora da Fetrafi-RS. Algumas vice-presidências, explica, “estão com uma política muito rigorosa, mas no sentido oposto: quererem o trabalhador no presencial de qualquer jeito expondo vidas mesmo nesta nova onda”. A diretora ainda acrescenta que mesmo entre as vice-presidências não há uma uniformidade de procedimento. “Quanto mais alinhadas ao governo federal, mais apertam o cerco contra os trabalhadores.”
Na linha de frente
Desde o início da pandemia, os funcionários da Caixa estão na linha de frente, atendendo a população no pagamento do Auxílio Emergencial, por exemplo. E enquanto o índice de contaminação por Covid foi aumentando, os protocolos foram flexibilizados e não houve reposição de funcionários. Ou seja, quem está trabalhando presencialmente segue exposto, com menos segurança e mais sobrecarregado.
O secretário-executivo do sindicato, Luiz Carlos Cassemiro, também percorreu agências da Caixa para dialogar com os colegas, clientes e população. O movimento sindical, explica, divulgou uma Carta Aberta sobre a situação atual da Caixa cobrando respostas do banco e, ao mesmo tempo, denunciando a política negacionista desta gestão.
“O sindicato está na rua defendendo os trabalhadores. Queremos que a Caixa contrate mais funcionários para diminuir a sobrecarga dos colegas que, infelizmente, tem gerado muito adoecimento. Estamos nas ruas também para pedir melhores condições no plano de Saúde e para denunciar essa política negacionista do governo federal”, aponta Cassemiro.
Um trecho da Carta Aberta, aponta que a “gestão de Pedro Guimarães na Caixa e sua proximidade política com Jair Bolsonaro, com especulações, inclusive, de ele ser candidato a vice-presidente da República nas próximas eleições, na chapa do atual presidente do Brasil, tem aproximado o banco da teoria negacionista, que menospreza a pandemia, em prejuízo das necessárias medidas de prevenção contra a doença.”
Saúde em primeiro lugar
O diretor Guaracy Padilla diz que o movimento sindical está “vigilante e atento” mesmo com uma sinalização do banco de que vai endurecer os protocolos.
“Estamos cobrando o banco porque nós entendemos que as pessoas têm que estar em primeiro lugar”, reflete. Um ponto de pauta nas ruas hoje foi também a dificuldade de atendimento dos funcionários nos serviços de saúde e na própria rede de atendimento do Saúde Caixa, principalmente nos serviços de telemedicina.
Imprensa SindBancários com informações da Contraf-CUT