Eles são nossos colegas agora de forma oficial e com reconhecimento jurídico. Novos colegas é uma forma de dizer, porque já desempenhavam funções de bancários. Depois da assembleia dos colegas que atuam nas áreas comerciais e de adquirência do Banco Safra decidir por unanimidade na quarta-feira, 25/4, ingressarem na categoria bancária, um novo e simples ato ratificou a decisão dos trabalhadores e trabalhadoras. Na sexta-feira, 27/4, também na Casa dos Bancários, o Diretor de Relações Sindicais do Banco Safra, José Hamilton Campos, esteve na sede do SindBancários para assinar o acordo. A bancarização ficou completa na tinta da caneta. O acordo coletivo inclui também acordo de ponto eletrônico em que o Sindicato passa a ter acesso para fiscalizar.
Agora, os colegas que cuidam do credenciamento de pagamentos com cartão de crédito e débito do Banco SAFRA (SafraPay) terão direitos que ainda não tinham. Não são mais reconhecidos nem vistos como trabalhadores de uma empresa financeira ou financiários. E o primeiro dos direitos ampliados é entrar mais dinheiro na conta. O piso que eles recebiam era de cerca de R$ 1.200. Agora, cresceu para quase R$ 2.000 num aumento de 57%.
Sem contar que os colegas do Safra passam a ter alguns direitos que não tinham. Eles podem negociar com as chefias a mudança da carga horária de trabalho de oito para seis horas. Podem também desfrutar de um acordo coletivo com abrangência nacional. Receberão PLR. Terão cesta alimentação e vale-refeição maior do que recebiam e uma notícia gratificante: literalmente passam a receber gratificação semestral, mais dois salários por ano, direito que bancários do Rio Grande do Sul e de outros dois estados brasileiros têm.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, deu as boas vindas aos colegas e enumerou vantagens de também serem sindicalizados em um Sindicato que tem uma estrutura que inclui biblioteca, cinema e salão de festas. “O ganho de quem vira bancário é bem importante. Não tinham gratificação semestral e agora passam a ter. Temos também um departamento jurídico forte. Isso quer dizer que vocês passam agora a contar com proteção. Também temos um departamento de saúde forte e cursos para ampliar a abrangência do trabalho do bancário”, enumerou Gimenis.
Após ler a íntegra dos acordos coletivos para não restar dúvidas aos bancários, o secretário geral do SindBancários, Luciano Fetzner, fez uma comparação para explicar o que a decisão em assembleia representaria. “O acordo do ponto eletrônico e esse acordo de bancarização têm duração de dois anos. Isso mostra o reconhecimento do Banco Safra de que há diferença entre a função do executivo de contas e de ser da categoria bancária é muito menor do que se imagina”, explicou Luciano.
Para o diretor da Featrfi-RS, Luiz Carlos Barbosa, a bancarização acaba com uma distorção disseminada pelos bancos: o fato de chamar promotores de vendas trabalhadores que passam a exercer e desempenhar funções de bancários. “O trabalhador fica na frente das agências bancárias, no autoatendimento, onde não tem porta-giratória e ele está vulnerável e daqui a pouco começa a abrir contas. O banco foi feliz em nos procurar para fechar o acordo coletivo porque vocês já prestam serviço de bancário e isso gera ações na justiça. A Federação (Fetrafi-RS) também vai aprovar esse acordo para que tenha vigência em todo o Estado. Caso o Safra queira expandir a atuação para outras praças”, salientou o dirigente da Fetrafi-RS e secretário de Financeiras da Federação.
Fonte: Imprensa SindBancários