O intuito foi prepará-los para os desafios da campanha salarial e das eleições de 2022
Everton Pires é bancário há mais de 40 anos e delegado sindical da agência Praça da Alfândega há quase duas décadas. Ao longo dos anos, ele passou por uma série de situações e os encontros de delegados sindicais sempre o ajudaram a esclarecer dúvidas e a melhorar sua comunicação com os colegas, principalmente no que tange às suas demandas, problemas e reivindicações. “É um momento que faz o delegado abrir a cabeça e entender de fato qual é o seu papel dentro da luta sindical”, destacou o profissional, um dos mais de 50 representantes de trabalhadores que participaram de mais uma etapa do ciclo de formação de delegados(as) sindicais do SindBancários, nesta quinta-feira (21/7), no auditório Olívio Dutra, na sede da entidade, em Porto Alegre.
O objetivo do encontro foi prepará-los para os desafios impostos pelas eleições de 2022 e pela campanha salarial deste ano, considerada decisiva pelo presidente do Sindicato, Luciano Fetzner.
“Precisamos de uma campanha salarial forte para garantir a manutenção dos nossos direitos, mas, só teremos uma vitória verdadeira se ela também servir como motor para mudarmos a correlação de forças dos poderes Executivo e Legislativo, em outubro”, disse. “Precisamos de deputados e senadores comprometidos com os interesses da classe trabalhadora e eleger governantes com os quais possamos dialogar para reverter todos os ataques que sofremos nos últimos anos”, avaliou Fetzner na ocasião.
Logo no início da formação, os participantes foram divididos em grupos, nos quais discutiram as principais causas de adoecimento físico e psíquico da categoria, como o assédio moral, a pressão pelo cumprimento de metas e lesões por esforço repetitivo.
O diretor de Formação do SindBancários, Jairo Soares, acompanhou o a atividade formativa, coordenada novamente pelo sociólogo e assessor sindical Anderson Campos. Jairo destaca a importância dos delegados estarem atentos para o crescimento do adoecimento dentro da categoria.
“A nossa categoria conta com índice expressivo de adoecimento psíquico e é fundamental que os representantes de agência estejam atentos para os sinais do aparecimento de transtornos psicológicos e de doenças do trabalho em seus colegas”, analisa, “o bem-estar físico e mental dos trabalhadores bancários é algo que nos preocupa cotidianamente, mas que é ainda mais importante em época de campanha salarial, pois é neste momento que podemos negociar medidas para reduzir os casos de afastamentos relacionados a enfermidades laborais”, explica o dirigente sindical.
Sem comunicação não há luta sindical
À tarde, a diretora da Fetrafi-RS e bancária da Caixa Econômica Federal, Sabrina Muniz, ministrou uma palestra sobre comunicação sindical e apontou a importância do diálogo dos representantes de agência com a base do sindicato. Para ela, não há movimento sindical sem que esta interação ocorra.
“Sem comunicação não há movimento sindical e é por isso que considero tão importante momentos como esse de encontrar os delegados e pensar a atividade sindical e seus desafios. Essa troca e as dicas para a obtenção de uma comunicação eficaz ajudam a mobilizar os delegados para que eles se engajem cada vez mais nas nossas lutas”, garante a diretora.
O próximo encontro de formação dos delegados está previsto para o mês de agosto, ainda sem data marcada.
Texto de Marcus Perez, com edição de Manoela Frade | Fonte: Imprensa SindBancários