Comunidade LGBTQIA+ ainda luta pela inclusão no setor bancário

Mercado de trabalho continua discriminatório; pesquisa mostra que uma em cada cinco empresas não contrataria homossexuais

O mercado de trabalho sempre foi, de forma geral, fechado para a comunidade LGBTQIA+. No setor bancário não é diferente. Em tempos de crise econômica e pandemia, o que já era difícil, ficou pior ainda.

“O mercado de trabalho continua discriminatório quando se trata de uma pessoa LGBT. Por mais esforços em buscar visibilidade e novas contratações no setor, no processo de admissão ainda é visível o preconceito. As empresas que trabalham com a diversidade, acabam fazendo exigências na identidade de gênero”, declarou Adilson Barros, diretor da Contraf-CUT e militante do movimento LGBTQIA+.

Uma em cada cinco empresas não contrataria um homossexual de acordo com pesquisa da Elancers, companhia que atua na área de sistemas de recrutamento e seleção. Não por acaso, o 2º Censo da Diversidade Bancária indicava que apenas 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais.

O diretor do SindBancários e militante do Movimento LGBTQIA+, Sandro Rodrigues, exalta a importância da luta pelo reconhecimento em artigo publicado no portal do SindBancários.

“Celebramos então a resistência e visibilidade e fazemos disputa por reconhecimento de nossa cidadania e liberdade de corpos. Lutamos pela construção de uma realidade em que a discriminação, o estigma e a violência baseados na orientação sexual e identidade de gênero não tenham mais espaço”, pontuou o diretor do SindBancários.

Preconceito

A abertura do mercado de trabalho para homossexuais ainda é pequena. A mesma pesquisa da Elancers indicava que 7% das empresas não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis superiores.

O setor bancário não escapa desta triste realidade. No primeiro semestre de 2021, a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), em Pernambuco, condenou o Banco Bradesco a indenizar um gerente, alvo de homofobia no trabalho, que havia sido dispensado pelo banco.

A vítima passou a sofrer de ansiedade e depressão. A Justiça também garantiu à vítima a estabilidade provisória no emprego por um ano.

Em 2017, ganhou repercussão internacional a notícia de que um gerente do Itaú foi demitido por ser homossexual e publicar nas redes sociais fotos com o noivo. O gerente tinha resultados de produtividade acima da média.

CGROS

Casos como os das duas demissões citadas estão sendo debatidos na Mesa de Igualdade de Oportunidades que a Contraf-CUT mantém com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com a assessoria de sua Comissão Nacional de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS).

A Comissão tem como atribuição discutir as questões de gênero, raça, orientação sexual e pessoas com deficiência. O objetivo é buscar a inclusão e implementar ações de combate à discriminação nos bancos e na sociedade, com igualdade de oportunidades para todos

“Apenas um banco afirma contratar homossexuais e realiza campanha efetiva para combater a discriminação. Mesmo quando a Mesa de Igualdade de Oportunidades acontece, não temos dos bancos respostas em torno desta reivindicação de inclusão da comunidade LGBTQIA+ no setor, inclusive em cargos de chefia”, acrescentou Adilson Barros.

“Ainda não há política de inclusão e vejo o quanto se necessita avançar. Só quando isso efetivamente acontecer é que poderemos celebrar o acesso ao setor bancário. O preconceito, além de ser velado, é institucional”, concluiu o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT, com edição de Imprensa SindBancários

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