O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou nesta terça-feira, 11/8, na sede da Federação dos Bancos (Fenaban), em São Paulo, a minuta de reivindicações da categoria da campanha 2015. A primeira reunião de negociação foi marcada para a quarta-feira, 19/8, sobre o tema emprego.
A pauta tem como pontos centrais o reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e vales-alimentação e refeição maiores. Também foram entregues as pautas específicas dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
As reivindicações gerais foram definidas em votação por 667 delegados, durante a 17ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre 31 de julho e 2 de agosto, em São Paulo. As pautas específicas da Caixa foram definidas durante o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Federal (Conecef), entre 12 e 14 de junho, e a do Banco do Brasil no 26º. Congresso Nacional dos Funcionários do BB, na mesma data.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, participou do ato de entrega da pauta nacional de reivindicações e conclamou os bancários da base do Sindicato a participarem ativamente dos atos públicos e dos fóruns de decisões, como as assembleias. “Agora vamos entrar em campo. Este ano estamos esperando os banqueiros começarem a falar em crise na mesa de negociação. Mas eles não foram afetados pela crise. Os bancos têm dinheiro para atenderem toda a nossa pauta de reivindicações”, avaliou Gimenis.
O diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, também presente no ato em São Paulo, disse que os dirigentes sindicais dos 38 Sindicatos do Interior já estão mobilizados para organizar suas bases no Rio Grande do Sul. “Este ano a nossa Campanha Salarial vai trabalhar com temas nacionais como a terceirização. A minuta nacional foi definida em fóruns marcados pela transparência, pela participação e pela decisão dos bancários. Temos que continuar mobilizados e participar ativamente das atividades que os sindicatos e a Federação convocarem”, avaliou Juberlei.
Após a reunião com o presidente da Fenaban, Murilo Portugal, o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto Von der Osten, disse que a preocupação central da categoria é com o emprego. “Nesta campanha, o discurso da Fenaban é de atribuir o impacto da redução dos postos de trabalho à saída dos trabalhadores sem substituição. São pessoas que saem e não precisariam ser substituídas nesses postos, segundo eles. Mas é uma redução. O crescimento do sistema financeiro é muito grande. Nos interessa nesse processo debater o desemprego e a precarização”, afirmou.
A vice-presidenta da Contraf e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, também reforçou a importância de lutar pelo emprego. “Não vamos abrir mão de aumento real, valorização do piso, da PLR, dos vales e melhoria nas condições de trabalho. Mas nossa prioridade este ano são os empregos. Os bancos precisam parar de demitir e voltar a contratar. Com lucros crescendo tanto, mesmo em tempos de crise internacional, devem isso não só aos bancários mas a toda a sociedade”, disse Juvandia.
Principais reivindicações aprovadas na 17ª. Conferência
> Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
> PLR: 3 salários mais R$7.246,82
> Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
> Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Leia a minuta nacional completa
https://www3.sindbancarios.org.br/wp-content/uploads/2015/08/minuta_nacional_11082015.pdf
Crédito Foto: Jaílton Garcia
Fonte: Imprensa SindBancários, com Contraf-CUT