O caso recente da Grécia, que entre seus credores tem o Fundo Monetário Internacional – com juros e condições abusivas, além da imposição de políticas recessivas que precarizam a vida da população – exemplifica a necessidade de mudança de rota no sistema financeiro mundial. Exatamente para abrir novas opções ao domínio quase absoluto do FMI e do Banco Mundial, é que foi criado o chamado Banco dos Brics. No sétimo encontro da entidade que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics), e está se realizando na cidade russa de Ufá, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, será assinado o acordo de funcionamento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB ou “Banco do Brics”), já a partir de 2016.
Criada no ano passado, a instituição financeira terá capital inicial de U$ 50 bilhões, dividido entre os participantes do NDB. A iniciativa quer incluir alternativas ao domínio do dólar americano no comércio mundial. A ideia é financiar projetos de infraestrutura nos países do Brics, estendendo-se também a outras nações em desenvolvimento.
Para Dilma Rousseff, a sétima cúpula do Brics “será um momento especial para o bloco, que se consolidará com a criação do NDB e do Arranjo Contingencial de Reservas”.
Presidência do banco
O Banco do Brics será presidido pelo banqueiro indiano K.V. Kamath e terá como vice o brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior. Vale ressaltar que Kamath tem larga experiência em bancos públicos, e atualmente é presidente dos conselhos do ICICI, o maior banco estatal indiano. O economista brasileiro Paulo Nogueira Batistas Junior é professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas e tem foco na redução da dependência do Brasil em relação a capitais estrangeiros e a outras variáveis externas.