Banco usa propaganda tecnológica em meios de comunicação tradicionais e nas redes sociais com ideologia de prosperidade no futuro para esconder demissões em massa que pratica em plena pandemia do novo coronavírus
O Bradesco não quer saber de conversa. Já demitiu quase 500 colegas em todo o país e nem aceita conversar com os representantes dos trabalhadores sobre qualquer compromisso de ajudar o país a sair da crise pós-pandemia, mantendo empregos. Mas o banco só quer falar em “reestruturação”.
Na reunião com o COE/Bradesco na quinta-feira, 8/10, o banco nem sequer atendeu ao pedido de formar um compromisso com o movimento sindical de manter empregos até 31 de dezembro. E faz isso mesmo tendo lucrado R$ 7,6 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Mas a prática do Bradesco é esta mesma. Aliás, a campanha de publicidade nas grandes redes de TV e nas redes sociais traz um ícone da cultura pop dos anos 1980/1990. A família Jetson, e toda a parafernália tecnológica que eles exaltam como sendo a salvação de todos os problemas da humanidade, não conseguem explicar algumas coisas.
Ou melhor, a propaganda tecnocrática ajuda a esconder que o Bradesco usa a cultura da tecnologia para demitir muitos colegas. Banco não fala em fechar agências, doura pílula. Diz que é “incorporação”. E quanto às demissões: o de sempre, “readequações”.
E, quando os representantes sindicais vão para cima nas reuniões, eles não querem nem saber de recuar ou garantir empregos. O compromisso é só com o lucro e com os dividendos arrecadados para acionistas.
Aqueles que lutam diariamente em agências bancárias lotadas e enfrentam o coronavírus merecerem mesmo a demissão, segundo o que o Bradesco pensa e pratica.
Por isso, colegas bancários, a COE/Bradesco tomou uma decisão. Elaborou um calendário nacional para desmascarar a prática do banco: dizer que o mundo é maravilhoso com a tecnologia, mas adotar práticas medievais com os(as) trabalhadores(as).
Na próxima terça-feira, 13/10, os funcionários do banco devem se juntar ao movimento sindical no tuitaço contra as demissões, a partir das 11h, com as hashtags #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo.
E, dois dias depois, na quinta-feira, 15/10, haverá um Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos dos colegas do Bradesco.
O diretor do SindBancários e funcionário do Bradesco, Luis Gustavo Soares, chama a atenção para o perfil dos colegas que estão sendo demitidos.
São colegas com muita história no banco, que ajudaram muito o Bradesco a se tornar um dos maiores bancos de varejo do país e do mundo. “O alvo das demissões são os colegas com mais tempo de banco. Não estão valorizando os funcionários que deram a vida pelo banco”, avaliou o diretor.
Ele conta que somente em uma agência bancária da base do Sindicato, Porto alegre e Região, seis colegas foram demitidos. E orienta: procurem o Sindicato, conversem com os diretores de sua zonal e denunciem. Os departamentos de saúde e jurídico estão à disposição.
Calendário nacional de mobilização em defesa dos empregos no Bradesco
Tuitaço
Terça-feira, 13/10 |11h
Use as hashtags: #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo
Dia Nacional de Luta em Defesa dos Empregos no Bradesco
Quinta-feira, 15/10
Fonte: Imprensa SindBancários