Não foi fácil. Mas nós sabíamos. Sempre soubemos. Os banqueiros viriam com toda a força de ameaças, chantagem, choradeira e com um aliado muito forte. A reforma trabalhista esteve na mesa. Sob a forma de retirada de direitos e retrocessos absurdos. A Fenaban apresentou uma proposta de acordo que previa a retirada da integralidade do pagamento da PLR há cerca de 10 dias para bancárias em licença-maternidade e para colegas afastados por motivo de saúde. E nós nos mobilizamos. Paralisamos agências. Fizemos caminhadas. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou e pressionou na mesa essa proposta que tinha aumento real insuficiente e retrocessos.
E no sábado, 25/8, em São Paulo, veio o grande recuo. A Fenaban apresentou proposta de manutenção de todas as nossas conquistas em Convenção Coletiva Nacional (CCT), aumento de 5% em nossas verbas salariais (piso e tíquetes) o que dá aumento real de 1,18%. Os bancos públicos e privados fizeram o mesmo nos Acordos Coletivos Específicos. Vieram até com avanços.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, participou de todas as rodadas das mesas de negociação como representante dos bancários gaúchos no Comando Nacional dos Bancários e descreve a negociação como uma das mais difíceis dos últimos anos. “Os representantes da Fenaban foram para a mesa com a reforma trabalhista embaixo do braço. Agiam como se eles tivessem escrito a reforma. Na sexta-feira, os negociadores da Fenaban ficaram o dia inteiro reunidos e nós fizemos pressão para proposta. No sábado, esperamos o dia inteiro até à tarde eles vieram com uma proposta que dissemos ser possível levar para os bancários avaliarem e decidirem em assembleias. A pressão que fizemos na mesa e a pressão das paralisações e caminhadas pelo país mostraram a força e a disposição de luta da categoria. Isso mudou ajudou a mudar a posição dos banqueiros”, avaliou Gimenis.
O acordo prevê também aumento real de 1% e todas as garantias no ano que vem.
Bancário, agora é a hora de decidirmos. Lutamos contra tudo e contra todos e resistimos. Vem pra assembleia confirmar nossas conquistas deste ano! Quem decide é o bancário!
Lutamos muito, resistimos como sempre. E avançamos
> Aumento de 5% (1,18% de aumento real par pisos e demais verbas)
> Garantia de todos os direitos da CCT mesmo com os retrocessos da reforma trabalhista
> Conquistas preservadas dos acordos específicos de todos os bancos.
Assembleia unificada de avaliação e decisão de proposta da Convenção Coletiva Nacional (Fenaban) e Acordo Específicos de bancos públicos e privados
Quarta-feira, 29/8 | 18h | Clube do Comércio (Rua dos Andradas, 1.085, Centro Histórico de Porto Alegre)
Lutamos contra tudo, contra todos e resistimos
Os bancários sabiam que esta seria uma Campanha Nacional que ia ser um divisor de águas na nossa luta. Estava cheia de incertezas. A reforma trabalhista do governo Temer, que começou a valer em novembro do ano passado, acabaria com todas as nossas conquistas.
Enfraquecer sindicatos e entregar o país passou a ser política de Estado desde agosto de 2016. Os banqueiros estavam sedentos para aplicá-la nesta Campanha Nacional 2018.
Dissemos aos bancários que este ano a nossa luta seria de resistência, contra tudo e contra todos. Todos juntos iríamos resistir. Que precisaríamos estar muito organizados, unidos e participativos para resistir.
Foram 10 rodadas de negociação com a Fenaban. Mesas com ameaças de retirada de direitos. A nossa pressão fez da nossa resistência a garantia de nossos direitos e avanços. Agora, é decidirmos juntos o nosso futuro na assembleia da quarta-feira, 29/8, no Clube do Comércio.
A luta vale a pena
Não nos assustamos: realizamos mobilizações e atos de protesto em Porto Alegre, no RS e em todo o Brasil. E valeu muito a mobilização da categoria e a firmeza dos bancários nas negociações: arrancamos aumento real de 1,18%, maior que média dos acordos do 1º semestre, e manutenção de todas as cláusulas da CCT.
Novas conquistas
> Garante o parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido
do empregado.
> Realização do terceiro Censo da Diversidade, levantamento fundamental sobre
o perfil da categoria para a promoção da igualdade de oportunidades.
> Mantém todos os direitos da CCT ao hipersuficiente (quem ganha a partir de R$ 11.291,60).
>Horário de almoço poderá ser flexibilizado: quem tem jornada de 6 horas e tiver de
fazer hora extra, terá intervalo de almoço de 30 minutos, e não de 1 hora como determina a lei.
>Cláusula do vale-transporte volta a ser a conquista da categoria de
4% de desconto sobre o salário-base.
> Reajuste de 5% (reposição da inflação mais 1,18% de aumento real) sobre salários e demais verbas como VA, VR, 13ª Cesta e Auxílio-Creche/Babá.
> Se aprovada a proposta, a primeira parcela da PLR será paga já em 20 de setembro.
> Bancário demitido não precisará mais requerer o pagamento da PLR proporcional se tiver conta-corrente ativa no banco; os demais terão prazo para solicitar o pagamento.
> Taxa negocial: 1,5%.
Nossa pressão fez os bancos recuarem
> Queriam pagar PLR menor para as bancárias em licença-maternidade. Voltaram atrás e a PLR integral para as mães foi mantida.
> Também queriam pagar PLR proporcional aos trabalhadores e trabalhadoras afastados por doença ou acidente. Este direito também está mantido.
> Mantiveram o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 120 dias, previsto na cláusula 65 (bancos queriam reduzir para 90 dias).
> Está mantida a proibição da divulgação de ranking individual, prevista na cláusula 37ª da CCT, conquistada pela categoria como forma de reduzir a pressão por metas.
> Mantiveram o salário do substituto (cláusula 5ª), que queriam retirar.
> Os bancários e bancárias terão até 30 dias para apresentar o recibo para reembolso
do auxílio-creche; os bancos queriam que esse prazo fosse menor, de 10 dias.
> Voltaram atrás da proposta de extinguir a cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade (cláusula 10ª).
> Para a cláusula de gratificação de função, que prevê 55% de comissionamento,
a Fenaban queria reduzir para 33%, como está na CLT. Após pressão, manteve-se
o mínimo de 55%, sendo que, em caso de ação trabalhista para 7ª e 8ª horas,
será descontado o que já foi pago, o que já tem sido praticado pela Justiça Trabalhista. A mudança não impacta nas ações anteriores à assinatura do acordo, com período de 3 meses de transição.
Aumento real acima da média dos acordos
Levantamento do Dieese, que levou em conta 2.896 acordos entre janeiro e junho, mostra que 78% deles tiveram aumento real, e a média desses aumentos acima da inflação foi de 0,94%. A força da categoria, na mesa de negociação com os bancos e nas mobilizações em todo o país, garantiu proposta de reajuste de 5%, com aumento real de 1,18%.
Caixa
Resistimos e seguiremos na luta
Foram necessárias oito rodadas pegadas, com muitas ameaças e choradeira. Nem mesmo debater com a profundidade necessária as questões importantes, a diretoria da Caixa queria. A conversa da diretoria foi “esperar a Fenaban”. Esperamos pressionando. Até que, na madrugada do domingo, 26/8, em São Paulo, a nossa pressão na mesa e a mobilização funcionaram. Garantimos as conquistas históricas de nosso Acordo Coletivo Específico. Mantivemos a mesa única e a certeza de que a nossa luta continua. Os pontos principais que conquistamos: a manutenção da cobertura do Saúde Caixa nos moldes atuais e o pagamento da PLR Social.
O Saúde Caixa terá os custos administrativo e fiscal sob a responsabilidade do banco. Manter o plano também significa que 70% dos custos assistenciais ficam com a Caixa. Os empregados hoje na ativa manterão o plano quando se aposentarem. Os empregados admitidos após 31 de agosto de 2018 não terão direito ao Saúde Caixa nos moldes atuais. Mas isso não está esgotado. Sabemos a importância de manter os mesmos direitos para garantir a estabilidade do Saúde Caixa. Por isso a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) deixou claro seu repúdio e o compromisso de continuar lutando na mesa permanente.
Agora é a hora da decisão. Na quarta-feira, 29/8, venha, colega da Caixa, participar da assembleia unificada, a partir das 18h, no Clube do Comércio, no Centro de Porto Alegre. Vamos decidir juntos a garantia das nossas conquistas históricas.
Saiba o que foi mantido na proposta
PLR
Foi garantida a PLR social (4% do lucro líquido apurado no exercício de 2018, distribuído em valores iguais para todos os empregados). Antecipação de 50% do valor da PLR deste ano após assinatura do acordo com a Fenaban e com a Caixa.
Função das gestantes
Manutenção da titularidade da função gratificada das gestantes e empregadas em licença-maternidade. Ou seja, a Caixa não pode descomissioná-las.
Adicional noturno em jornada mista
Está mantida a redação do acordo coletivo atual quanto ao adicional noturno, principalmente quanto a jornada mista, que compreende as que se iniciam entre 22h e 2h30 e se encerram após as 7h do dia seguinte, a chamada jornada mista.
Tíquetes e vales na licença médica
Os tíquetes e vales para colegas afastados por motivo de saúde foram mantidos no tempo que durar a licença médica.
Isenção de tarifas
As isenções de tarifas para empregados estão mantidas.
Intervalo intrajornada
A jornada de até 6 horas mantém intervalo de 30 minutos.
Mais direitos garantidos
Entre outras cláusulas mantidas: delegados sindicais, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), descanso adicional em agência barco, grupos de trabalho, incorporação ao REB ao novo plano da Funcef, promoção ano-base 2018/2019, qualidade de vida dos empregados, tesoureiro executivo, trabalho da gestante, registro de jornada, 13ª cesta alimentação.
Ameaças que a pressão afastou
> A diretoria da Caixa queria limitar a distribuição de lucros ao teto de 6,25% de lucro líquido, o que reduziria o valor da PLR para menos da metade.
> O Pagamento da PLR Social não estava garantido e está mantido.
> A resolução 23 da CGPAR, verdadeira sentença de morte ao Saúde Caixa, foi rechaçada nas negociações da Campanha 2018, garantindo a manutenção do plano no ACT. Mas a ameaça definitiva não foi afastada: estamos atentos!
> O Conselho de Administração a serviço dos banqueiros e do capital privado tentou transformar a Caixa em Sociedade Anônima, abrindo caminho a privatização. A ameaça foi afastada pela mobilização.
> A diretoria tentou retirar o ponto que condicionava a cobertura do Saúde Caixa aos filhos e enteados dependentes indiretos com renda inferior a R$ 1.800.
Confira edital de chamada para assembleia
Fonte: Imprensa SindBancários