Caminhada forte dos bancários vai ao Palácio Piratini e cobra manutenção de plebiscito e mais investimentos em empresas públicas

Uma caminhada fortalecida marcou o sétimo dia da GREVE dos bancários. Da saída da Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre, até o Palácio Piratini, os bancários deixaram muito claros seus objetivos. A tão falada crise, repetida à exaustão pelo governo do Estado como justificativa para parcelar salários e para justificar a venda de patrimônio público, terá a luta dos trabalhadores como resistência e contraponto fortalecido. Durante ato em frente à sede do Governo do Estado, dirigentes sindicais foram recebidos pelo secretário adjunto da Casa Civil, José Guilherme Kliemann, que não assumiu compromisso de manutenção de empresas estatais como públicas.

Motivados por uma preocupante nota na coluna Política +, da página 10 do jornal Zero Hora, edição desta segunda-feira, 12/9, dirigentes sindicais foram até o Palácio Piratini cobrar um compromisso do governo do Estado a respeito da notícia de que o governo do Estado estaria preparando a quebra da obrigação da Constituição Estadual de que haja plebiscito para qualquer alteração administrativa ou venda de empresas públicas. Por quase uma hora, os dirigentes ouviram explicações do secretário-adjunto, mas não saíram satisfeitos sobre os rumos que a conversa tomou. Os representantes dos bancários cobraram também uma posição transparente sobre o Banrisul e o Badesul.

José Guilherme Kliemann não assumiu compromisso em nome do governo do Estado. Limitou-se a dizer que a nota publicada no jornal estava descontextualizada. Segundo o secretário-adjunto, o governo do Estado irá promover um debate com a população sobre o papel que as empresas públicas têm no que se refere ao atendimento à população. A questão é como esse debate está sendo concebido e de que pressuposto parte. “As finanças do Estado passam por um momento difícil e não é de agora. Não me parece que o debate seja entre o Estado mínimo e o Estado máximo. É sobre o Estado que melhor atende o interesse da população. Alguma modificação do ponto de vista administrativo deverá ser feita. É um debate que vai ser feito. Vamos respeitar a Constituição. Vamos fazer o debate com a Assembleia e a população”, disse Kliemann.

De fato, o secretário adjunto disse que o Banrisul “não é pauta hoje” das privatizações, porém não fez garantias futuras de que o banco seja mantido como patrimônio público. Quanto ao Badesul, não há garantias também. Acrescentou também que haverá um debate com a população por meio da Assembleia Legislativa e apontou para a estratégia do governo do Estado. “O governo do Estado vai se desfazer de patrimônio para construir presídio. De patrimônio imobiliário. Vamos trocar algumas centenas de imóveis do Estado por milhares de vagas nos presídios”, afirmou.

O contraponto dos dirigentes sindicais foi incisivo. Quanto à venda de patrimônio público como saída para a crise, os dirigentes argumentaram que, em outros anos, venda de empresas públicas não arrefeceram as crises das finanças do Estado. Pode-se dizer até que pioraram. “Saímos dessa reunião sem que houvéssemos obtido um compromisso com o respeito ao patrimônio público. O secretário disse que o Banrisul não estava em pauta agora, mas não garantiu que outras empresas, como CEEE, Corsan, Sulgás e Badesul serão mantidas como públicas. Argumentamos com ele que a forma mais transparente de debate com a população é o plebiscito. Não é com a assembleia que costuma aprovar legislação que afeta o povo gaúcho na calada da noite”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis, referindo-se ao pacote aprovado na madrugada de 28 de dezembro do ano passado e que incluía venda da folha dos servidores públicos para o Banrisul e aumento de ICMS.

Audiência com o governador Sartori

Os dirigentes levantaram algumas questões. Entre elas, a aprovação do aumento da alíquota de ICMS e a venda da folha dos servidores públicos pelo Estado ao Banrisul por R$ 1,2 bilhão como fatores que não justificam mais o discurso de crise. O diretor do SindBancários e secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, cobrou um compromisso para um debate com os trabalhadores das empresas públicas diretamente com o governador José Ivo Sartori. “Queremos ser ouvidos pelo governador e reafirmar a importância das empresas públicas. Não há motivos para privatizar. Essa nota no jornal, que dá a dimensão do que o Estado pensa sobre as empresas públicas, trouxe muita intranquilidade para os trabalhadores e para a sociedade gaúcha”, explicou Ademir.

Privatização da CRT não acabou com a crise

O discurso do governo Sartori, somado ao PL257/2016, do governo federal que propõe o alongamento da dívida dos Estados por 20 anos e seis meses de moratória, vão fazer um estrago nas finanças públicas e nas empresas estatais, na visão dos dirigentes sindicais. Vender patrimônio público não resolve crise de finanças públicas. A diretora de Comunicação do SindBancários, Ana Guimaraens, lembrou ao secretário-adjunto que a venda da CRT (Companhia Rio-Grandense do Telecomunicações), em 1998, não resolveu o problema da crise fiscal, dado que chegamos a 2016 com problemas maiores. “As empresas estatais ajudam o Estado a crescer. O governo do Estado deveria ter o compromisso de investir e fortalecer as empresas públicas e não fechá-las ou vendê-las, pois essa estratégia já se mostrou ineficaz. Vender empresa pública desemprega trabalhadores, como ocorreu com a privatização do Meridional, e não resolve problemas de crise”, salientou Ana.

A diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, foi na mesma linha. Segundo acrescentou, empresas públicas já foram vendidas pelo Estado e o resultado foi queda de crescimento econômico. “As empresas estatais são importantes para o desenvolvimento do Estado. São elas que deixam parte de seus lucros no caixa único do Estado para financiar saúde, educação e segurança. O Banrisul é importante porque investe no desenvolvimento econômico e bancariza a população, aumentando o número de pessoas com acesso à conta corrente. Muito do patrimônio público já foi privatizado e não resolveu a crise”, reafirmou Denise.

Crédito Fotos: Caco Argemi

Fonte: Imprensa SindBancários

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