Mudança reduz superintendências regionais, mexe com vida dos funcionários e busca modelo que privilegia mercado
Uma nova reestruturação na rede da Caixa Econômica Federal foi anunciada pela direção da empresa na quarta-feira, 22/01. Pela proposta, haverá redução na quantidade das atuais superintendências regionais e a criação de outras instâncias de decisão no banco, como as superintendências executivas na rede. Para as entidades representativas dos empregados do banco, é lamentável que, mais uma vez, a empresa adote medidas que mexem com a vida funcional dos trabalhadores sem discussão com os trabalhadores ou com as representações deles.
A indefinição provocada por medidas de reestruturações sem qualquer debate com os trabalhadores está gerando um clima de medo e insegurança no ambiente de trabalho, acarretando muitas dúvidas entre todos os bancários das áreas afetadas.
Falta transparência
“É preciso que a Caixa seja mais transparente, informando sobre os impactos que essas mudanças terão na vida de cada trabalhador e que os direitos dos empregados sejam respeitados”, defende o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira.
Foco nos negócios
Outra preocupação das entidades representativas dos empregados é que a reestruturação sinaliza para clara mudança no perfil do banco – com foco nos negócios. “Nossa avaliação é de que as cobranças por metas vão aumentar e, consequentemente o assédio moral. A empresa precisar dar estrutura para os empregados fazerem bem o seu trabalho, e isso não acontece hoje”, destaca a representante da Contraf/CUT na Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara.
Privilégio a alta renda
Por trás da reestruturação, na avaliação das representações dos trabalhadores, está a intenção de transformar a Caixa numa empresa voltada para as práticas de mercado, que privilegia o público de alta renda. “Essa não é a Caixa que defendemos, que atue como os bancos privados existentes no mercado. Nós defendemos um banco focado no desenvolvimento do país, que conceda crédito para casa própria, para educação e tantas outras políticas públicas, que são essenciais para o Brasil”, finalizou Jair Ferreira.
Fonte: Fenae