É oficial: a história de luta e de resistência do SindBancários será o tema do carnaval de rua do bloco do Areal da Baronesa, em 2019. Para quem não conhece, o Areal realiza diversos projetos sociais em Porto Alegre e é um dos poucos quilombos urbanos reconhecido pela Fundação Cultural Palmares.
O SindBancários sempre foi um parceiro da comunidade, que promove iniciativas como o Areal do Futuro, uma oficina de percussão para crianças de 3 a 17 anos. “Tanto o Sindicato quanto o Areal são exemplos de resistência social, política e cultural. O trabalho de ambas as entidades são a prova de que podemos nos mobilizar para transformar e melhorar a realidade à nossa volta”, explica o secretário-geral do Sindicato, Luciano Fetzner.
Já a presidente do Areal do Futuro, Cleusa Asitagarraga, entende que a luta do Sindicato e do Areal são uma só. “Lutar por cultura, por melhores salários; tudo vai convergir para um carnaval melhor, em um melhor aproveitamento dos direitos sociais”, afirma.
Assista ao vídeo e saiba um pouco mais desse projeto
Financiamento e folia coletiva
Qualquer pessoa pode participar do carnaval do Areal da Baronesa – ele é gratuito e acontece no dia 9 de março, nas ruas da Cidade Baixa. Já os ensaios serão realizados em janeiro e fevereiro, no Areal, e estão abertos ao público em geral.
O carnaval é, hoje, um dos principais financiadores dos projetos sociais promovidos pela entidade. Para auxiliar na arrecadação de recursos, também será lançado um projeto de financiamento coletivo.
Areal da Baronesa: berço do samba e de resistência
O Areal teria se formado no século XVIII, onde funcionava uma antiga chácara. No século XIX, uma antiga mata na região servia de esconderijo para escravos fugidos. Em 1879, a Prefeitura começou tentar lotear o local, sem sucesso por causa das enchentes frequentes. Com isso, as terras foram ocupadas pela população mais pobre e permaneceram com uma identificação muito forte com a comunidade negra.
Blocos carnavalescos, rodas de samba e músicas populares se formaram no areal. Mesmo assim, muitos antigos residentes acabaram sendo expulsos da região com o avanço da urbanização. Hoje, apenas 80 famílias vivem no Areal, organizados como uma Associação Comunitária.
Fotos: Luis Pedro Fraga e SindBancários