Reunião de funcionários acontece nesta terça, 19, já estando marcado um Dia Nacional de Luta contra Desmonte do Banco do Brasil
Amanhã, terça-feira, 19/01, está marcada uma reunião da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), que deverá definir desdobramentos da campanha em defesa do Banco do Brasil, que já tem marcado um Dia Nacional de Luta Contra o Desmonte da instituição, para a quinta-feira, 21 de janeiro. A ideia é que, se já existe uma crise interna no governo federal e na sua base de sustentação parlamentar em relação ao plano de desmonte – e até mesmo entre seus apoiadores, sobretudo os bancos, insatisfeitos com as oscilações de Bolsonaro, por questões políticas próprias- é fundamental a ampliação da mobilização pela reversão do processo.
O tamanho da crise
Bolsonaro sabia, na integralidade, do ataque ao BB, e, como o ministro Paulo Guedes, concordava com o plano, tendo autorizado a sua implantação, sem se preocupar com as consequências sociais e econômicas. Mas, segundo analistas políticos, o presidente teria se irritado após receber cobranças de deputados de sua base reclamando do fechamento de agências em pequenos municípios com prefeitos ligados a eles, ou seja, uma questão ligada a interesses políticos próprios do presidente.
Eleição da Câmara
Outro motivo apontado para a mudança do humor presidencial teria sido o impacto que o desmonte pode causar na eleição para a Mesa da Câmara dos Deputados, tirando votos do candidato por ele apoiado, Arthur Lira (PP-AL). Lira, aliás, mudou de tática, na última quarta-feira, 13, tentando se descolar do presidente. “Não tenho dono, não tenho chefe, não tenho tutor, não tenho patrocinador”, afirmou, em coletiva na manhã daquele dia, em Brasília.
Lobby dos bancos
Ou seja, por interesses próprios, Jair Bolsonaro teria mudado de posição em relação ao desmonte e passado a defender a demissão de André Brandão da Presidência do BB, num movimento interpretado, de início, como uma farsa para esconder sua responsabilidade no plano que enxuga a estrutura do banco público, para mais à frente privatizá-lo. Através da imprensa empresarial conservadora, os bancos fizeram lobby pela manutenção do desmonte que abriria espaço para a ampliação dos seus negócios, e pela permanência de André Brandão no cargo.
Partidos de oposição
Toda esta movimentação aumenta a crise interna no governo federal, em sua base de sustentação parlamentar e seus apoiadores no sistema financeiro e empresarial. Já os partidos de oposição que podem ser o fiel da balança nas eleições da Câmara e do Senado, devem usar seu peso no combate ao plano de desmonte.
A luta do funcionalismo do BB conta também com o apoio das centrais sindicais. O combate à reestruturação e à privatização, passou, ainda, a ser uma das bandeiras da campanha nacional dos servidores públicos contra a reforma administrativa.
Fonte: Contraf-CUT e SindBancários/RJ, com Edição de Imprensa SindBancários. Foto: Imprensa SindBancários