Os bancos estão descumprindo a liminar judicial obtida pelo SindBancários e a Fetrafi-RS e que impede a abertura de agências em razão da falta de policiamento ostensivo, nesta segunda-feira, 3/8. Desde as primeiras horas da manhã, agências bancárias têm funcionado sem que haja condições de trabalho e garantias de segurança. Comandantes de algumas guarnições da Brigada Militar avisam que não podem garantir a segurança em razão do grande número de policiais aquartelados em todo o Rio Grande do Sul.
“É uma enorme irresponsabilidade dos bancos, e nós vamos notificar cada gerente que ordenar a abertura de agência, colocando em risco a vida de bancários e de clientes. É impressionante também o papel de alguns órgãos de imprensa. O Grupo RBS vem desde o domingo e também agora de manhã, dizendo que há policiamento e que a vida no Rio Grande do Sul está normal. O Grupo RBS deverá ser cobrado pelo que acontecer em termos de violência contra qualquer bancário ou cidadão gaúcho”, diz o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
O SindBancários e a Fetrafi-RS tiveram acolhido o seu pedido de fechamento de agências em caso de deficiência ou ausência de policiamento ostensivo. A juíza plantonista do Foro Trabalhista de Porto Alegre, Noêmia Saltz Gensas, determinou em decisão judicial que as agências não abrissem. Em caso de abertura, a multa é de dez salários mínimos por cada bancário exposto a risco de violência.
Liminar da Justiça
O presidente do Sindicato destaca que os bancos, pela natureza de sua atividade, já são alvos frequentes de assaltantes. Gimenis acrescenta que o próprio Comando da Brigada Militar diz que há presença de policiais militares nas ruas, mas não liberou a saída de viaturas, alegando que “não estão em situação regularizada”.
O caos na segurança pública é efeito dos cortes de salários de policiais militares, policiais civis e de servidores públicos, e de cortes também de investimentos. A Abamf, associação que representa os policiais militares e outras entidades representativas lançou, na sexta-feira, manifestação orientando os trabalhadores da segurança a ficarem nos quartéis em virtude da falta de condições de trabalho, como viaturas com licenciamento vencido. Além disso, até 31 de julho, houve 124 casos de ataques a bancos no Estado, segundo levantamento do SindBancários. Foram os primeiros sete meses de maior violência bancária desde 2007.
Falta de viaturas
“Ora, essa estratégia de pressão da Brigada sobre o governo estadual termina penalizando a população, em especial os trabalhadores do setor financeiro. Embora a gente veja brigadianos nas ruas do Centro de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira, nos bairros da Capital e nas demais cidades não se vê policiais e muito menos viaturas”, acrescenta Gimenis.
Assista abaixo vídeo com o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.
O presidente do SindBancários alertou também para dificuldades de deslocamento. Empresas de ônibus com veículos parados nas garagens e em situação de vulnerabilidade por causa da falta de policiamento estão dificultando o acesso dos trabalhadores de bancos, como vigilantes, e bancários, aos seus locais de trabalho. “O problema de dizer que está tudo normal é que isto é mentira. Faltam policiais nas ruas e a culpa é do governo do Estado”, afirma o líder sindical.
Crédito fotos: Roberto Vinicius
Fonte: Imprensa SindBancários
https://www3.sindbancarios.org.br/wp-content/uploads/2015/08/decisao_judicial_03082015.pdf