Bancários(as) buscam prioridade na vacinação no Senado

Contraf-CUT e Fenae Entidades enviaram ofícios ao presidente e às lideranças partidárias do Senado pedindo urgência na tramitação do PL 1011/2020, já aprovado pela Câmara dos Deputados, que inclui a categoria bancária entre as prioridades para a vacinação contra a Covid-19

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) enviaram na segunda-feira, 28/6, ofícios ao presidente, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), e às lideranças partidárias no Senado Federal, pedindo a aprovação do PL 1011/2020, que inclui a categoria bancária como prioridade na vacinação prevista no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados.

“Mais uma vez se mostra importante a unidade da categoria e a importância de nossas entidades sindicais”

O diretor de saúde da Contraf-CUT e diretor do SindBancários, Mauro Salles, conta que a demanda é uma reivindicação da categoria desde o início da pandemia.

“Há muito o Comando Nacional dos Bancários e as entidades sindicais lutam para incluir os bancários no Plano Nacional de Imunização pois é uma situação urgente diante da alta exposição ao vírus em nossa categoria com alto potencial de contaminação e transmissibilidade, bem acima da média na sociedade conforme mostrou recente estudo do DIEESE”, sublinhou Mauro.

“A categoria está na linha de frente, atendendo milhões de brasileiros que precisam dos serviços bancários. Queremos vacina para todos, mas é justo que os trabalhadores dos serviços considerados essenciais tenham prioridade”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para Mauro Salles, o processo de construção do PNI não ocorreu de forma democrática e transparente na Câmara dos Deputados. “O PNI não foi construído de forma transparente e com critérios técnicos necessitando a pressão social. As articulações são em todas as frentes. Junto ao Governo Federal fomos recebidos pelo Ministro da Saúde que se comprometeu de encaminhar para equipe técnica para analisar a situação”, explicou Mauro Salles.

A interlocução também ocorreu nos outros níveis da administração pública.  “Buscamos interlocução junto aos governos municipais e ao governo Estadual onde até agora não recebemos resposta. Na pressão no parlamento, conseguimos aprovar a inclusão dos bancários no projeto de Lei aprovado na Câmara”, detalhou.

Sem o retorno do Governo do estado, o dirigente sugere que a pressão da categoria seja contínua. “Continuamos na luta para que seja confirmado no Senado. Salvar vidas é nosso objetivo e exigimos das autoridades sanitárias seriedade e utilização de critérios adequados, baseados nas evidências científicas. Mais uma vez se mostra importante a unidade da categoria e a importância de nossas entidades sindicais”, afirmou.

“As filas somente se reduziram devido ao enorme esforço realizado pelos empregados da Caixa. Mas, apesar de terem reduzido, elas ainda existem.”

“Já comprovamos os riscos de se trabalhar em local fechado, como é o caso de nossa categoria. Mas, esta é uma medida que pode conter o contágio e reduzir as mortes não apenas entre os bancários, mas também entre as pessoas que precisam ser atendidas pelos bancários”, acrescentou Juvândia.

A Contraf-CUT também já entregou ofício para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, solicitando prioridade no PNI contra a Covid-19. O documento apresenta dados técnicos que mostram a necessidade da priorização da categoria e tem anexo, inclusive, um laudo médico explicando que a “característica física do ambiente de trabalho propicia a maior concentração do vírus e o evidente contágio e, devido aos necessários cuidados com a segurança, as agências bancárias são fechadas e não oferecem ventilação e nem circulação natural de ar.”

E que “estudos científicos demonstram que um indivíduo adulto, em atividade laboral leve, com jornada de 8 horas, inspira e, portanto, exala, cerca de 4.400 litros de ar (147 inspirações/minuto, 600/700 ml por inspiração x 60 minutos x 8h) com variações de acordo com o esforço físico. Nestas condições, independentemente da fala, tosse ou espirro, a emissão de aerossóis se propaga em suspensão por horas no ambiente, aumentando drasticamente as possibilidades de contágio.”

“Todos pudemos ver as enormes filas que se formaram nas imediações das agências da Caixa Econômica Federal por conta dos empecilhos causados pelo governo para o pagamento do Auxílio Emergencial. As filas somente se reduziram devido ao enorme esforço realizado pelos empregados da Caixa. Mas, apesar de terem reduzido, elas ainda existem. São poucos funcionários para atender à demanda”, disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

“Já ocorreram diversas mortes na categoria. A prioridade na vacinação protege os trabalhadores, mas também protege as pessoas que precisam ser atendidas pela Caixa e também pelos demais bancos”, completou o presidente da Fenae, ao lembrar que o serviço bancário é considerado como essencial para o funcionamento da sociedade.

Mortes e sequelas

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostram que a categoria bancária registrou um crescente número de encerramento de contratos de trabalho por morte, seguindo uma tendência similar aos casos de óbitos desde o início da pandemia do novo coronavírus.

No primeiro trimestre de 2020 o impacto da pandemia do novo coronavírus foi quase nulo, com uma média mensal de óbitos de 18,33 vidas. Já no mesmo período deste ano (2021), com o agravamento da pandemia no país, a média mensal de óbitos se elevou para 52 vidas, com crescimento de 176,4%.

“A Covid-19 já matou muita gente na sociedade de forma geral e na categoria especificamente. Temos que fazer tudo o que for possível para salvar vidas e também para evitar o contágio, pois, mesmo entre aqueles que escapam da morte têm sequelas gravíssimas”, alertou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles.

A Contraf-CUT realizou, em abril, um webnário para tratar sobre as sequelas da doença e as consequências para a categoria.

Tramitação do projeto

O secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira (o Jefão), que é o responsável pela entidade pelo acompanhamento dos projetos de interesse da classe trabalhadora no Congresso Nacional, ressaltou a importância da pressão exercida pelas entidades sindicais bancárias junto aos deputados de suas bases.

“Foi fundamental a luta e a pressão exercida pelos sindicatos em suas bases e também da Contraf-CUT e demais entidades nacionais junto ao Congresso. Este trabalho conjunto nos permitiu o êxito na Câmara dos Deputados. Mas, apesar de termos vencido uma batalha, a guerra ainda não acabou. Precisamos manter o foco para atuarmos agora junto aos senadores, solicitando apoio à aprovação desse necessário e urgente projeto para, pelo menos, minimizar os danos causados e evitar coisa ainda pior”, observou ao informar que após a aprovação na Câmara o projeto apenas foi recebido pela coordenação de comissões permanentes, mas ainda não houve tramitação no Senado. “Por isso a importância destes ofícios e também da continuidade da pressão dos sindicatos em suas bases, agora sobre os senadores”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT, com edição de Imprensa SindBancários

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