Em manhã de luta, SindBancários e Fetrafi-RS paralisam 33 de agências
Diretores do SindBancários e da Fetrafi-RS retardaram a abertura de 33 agências do Santander, na manhã desta quarta-feira (27), em oito cidades da base de Porto Alegre e Região. As unidades permaneceram de portas fechadas até o meio-dia durante protesto contra o projeto de reestruturação do banco espanhol.
O ato foi nacional e na base do SindBancários, a manhã de luta dos(as) trabalhadores(as) foi realizada nas cidades de Porto Alegre, Cachoeirinha, Gravataí, Viamão, Alvorada. Esteio, Sapucaia do Sul e Guaíba. “Dialogamos de forma muito fraterna e tranquila com os colegas que entenderam a importância da mobilização”, apontou o secretário-executivo do sindicato, Luiz Cassemiro.
Entenda
Nos últimos anos, a Instituição Financeira vem aplicando uma agenda de precarização do trabalho e enxugamento das operações por meio de demissões, terceirizações de setores inteiros, extensão do horário de atendimento ao público e reestruturação de cargos.
Dados do balanço do Santander mostram que, em um ano, a carteira digital do banco cresceu 17%. No mesmo período, houve crescimento de 8% de clientes tradicionais. Em cinco anos, do primeiro trimestre de 2016 ao primeiro trimestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 656 para 1.116. No período houve aumento de 166% no número de clientes e redução de 2,1% no número de funcionários.
O resultado é sentido na pele pelos(as) bancários(as), que estão adoecendo por conta da sobrecarga de trabalho e das metas abusivas, como reforça Cassemiro.
“Não podemos aceitar o fechamento de agências, as demissões, a sobrecarga de trabalho. Os colegas estão no limite!”, aponta Cassemiro que também é funcionário do Santander. Em defesa dos bancários, explica, “para que eles possam ter voz”, a Comissão de Organização dos Empregados do Santander decidiu promover uma mobilização nacional contra o projeto de reestruturação do banco e as terceirizações. “O que exigimos são mais contratações, melhores condições de trabalho e respeito à jornada de 6 horas”, avaliou o dirigente sindical, durante a paralisação da agência Centenária, no centro de Porto Alegre.
O Santander lucrou R$15,271 em 2020 e R$ 16,347 bilhões em 2021. Os maiores valores da história do banco. Ou seja, o Santander lucrou ainda mais na pandemia. Para Cassemiro, este cenário pode ser explicado também por conta da precarização do trabalho no Santander. O banco já terceirizou mais de 7 mil trabalhadores, que estão contratados pela SX Negócios para trabalho bancário, mas não são considerados como bancários pelo Santander. Para Cassemiro, é preciso exigir respeito a quem faz o banco funcionar diariamente.
“O patrimônio mais importante de uma empresa são os seus recursos humanos, em um banco não é diferente. Quem fez o banco atingir recordes de lucro foram seus funcionários, por isso, ficamos indignados quando colegas são demitidos e substituídos por profissionais terceirizados, com contratos de trabalho com menos direitos. Quem faz serviço de bancário, bancário é”, salienta.
A mobilização surtiu efeito imediato. Após o início das paralisações, o Santander se comprometeu com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) de fazer uma conversa presencial na próxima semana para falar sobre as demandas recorrentes que têm gerado problemas aos trabalhadores (as). Cassemiro afirma que o movimento sindical valoriza o processo negocial. “É assim que garantimos nossas conquistas. Queremos que esta conversa seja marcada o quanto antes e traga a solução esperada pelos trabalhadores”, refletiu lembrando a importância da unidade para os avanços históricos da categoria bancária.
“Os colegas que ainda não são sócios do nosso sindicato, procurem o SindBancários para se associar. Nossa unidade nos fortalece enquanto categoria”, concluiu.
Fonte: Imprensa SindBancários