Dia Nacional de Luta reivindicou mais emprego, agências e segurança para trabalhadores e clientes
Bancários e bancárias de todo o país uniram forças em um Dia Nacional de Luta, na última terça-feira (6), contra as políticas adotadas pela direção do Santander. O foco dos protestos foi o fechamento de agências físicas, redução de postos de trabalho ocorridos recentemente, aumento significativo das metas, além da demanda por melhores condições de segurança nas unidades.
Durante os atos, dirigentes sindicais estiveram presentes e abriram diálogo com funcionários, clientes e usuários. A população em geral expressou sua insatisfação com o fechamento de agências e consequentemente a piora no atendimento devido à redução de pessoal, principalmente nas regiões periféricas. No ano de 2022, o banco espanhol encerrou as atividades em mais de 400 unidades no território brasileiro, entre agências e postos de atendimento, enquanto o lucro do Santander chegou a R$ 4,7 bilhões nos últimos 12 meses (encerrados em março).
Luiz Cassemiro, secretário executivo do SindBancários e representante dos trabalhadores na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, enfatizou que o banco tem realizado fusões e fechamentos de dezenas de agências em diversas regiões do Brasil. Ele explicou que o Santander está apostando em um novo modelo de atendimento, sem caixas físicos, e que, nos últimos anos, o banco fez uma reestruturação no quadro, acabando com a função de gerente administrativo, o que causou ainda mais sobrecarga de trabalho para os trabalhadores que ficam nas agências.
Para piorar a situação, o Santander também tem retirado portas de segurança e vigilantes de algumas unidades, gerando grande insegurança para os bancários. Apesar de arrecadar milhões em tarifas e pacotes de serviços, o banco está direcionando a população para soluções digitais e automatizadas, o que implica que os clientes paguem caro para realizar um atendimento autoassistido. “Muitas vezes os sistemas e aplicativos apresentam problemas operacionais. Então é uma forma de reduzir custos, mas sem levar em conta as necessidades dos clientes”, ressaltou Cassemiro.
Conforme ele, o novo modelo de negócios dificulta o acesso dos usuários dos serviços financeiros. Além disso, as demissões que vem ocorrendo provocam sobrecarga nos funcionários, com um alto número de clientes para cada um atender. “Muitos colegas têm nos relatado dificuldades em atingir as metas absurdas impostas pelo banco. Grande parte deles têm adoecido com isso e outros estão pedindo demissão”, contou.
O dirigente salientou ainda que o banco vem investindo fortemente em terceirização. “Nos últimos anos o Santander tem terceirizado setores fundamentais para a estratégia de negócios, o que retira postos de trabalho dos bancários”, ressaltou.
“O Dia Nacional de Luta foi uma mobilização de norte a sul do país, em que exigimos mais contratação de funcionários para atender o cliente, bem como de segurança em todas as agências bancárias. Houve grande participação dos clientes, com relatos e também assinatura dos abaixo-assinados, apoiando a luta e as reivindicações da categoria”, afirmou a coordenadora da COE do Santander, Wanessa Queiroz.
A manifestação também aconteceu nas redes sociais, com um tuitaço que levou a #SeLigaSantander a figurar entre os assuntos mais comentados do dia no país, com mais de 13 mil citações.
Clique aqui e veja a galeria de fotos dos protestos.
Fonte: Imprensa SindBancários e Contraf-CUT